terça-feira, 19 de maio de 2009

Chefe, mas pouco

Catherine Zeta-Jones in No Reservations


Isto de ir festejando aniversários tem as suas vantagens e desvantagens, todos sabemos isso. Algumas coisas combinam a parte da vantagem e da desvantagem. Uma delas é a experiência. Ficamos mais experientes. Que bom!!! Se isto, de um modo geral é bastante positivo, por outro pode ser absolutamente negativo, mau, péssimo.


No trabalho, começamos a ter mais responsabilidades e começamos até a chefiar os mais novos. Geralmente esta progressão profissional é positiva, significa que o nosso trabalho é valorizado, começamos a ser mais respeitados, e mais uns euros no ordenado não fazem mal a ninguém. As responsabilidades aumentam, mas é gratificante. O volume de trabalho aumenta e começamos a fazer horas extra sem serem extra, a roubar tempo ao fim de semana, mas afinal é o nosso projecto. Nosso, porque inclui um grupo de trabalho que eu, como responsável, quero que funcione. Um grupo pequeno, constituido por pessoas muito diferentes. Para que um grupo funcione tem de haver honestidade e respeito entre os seus elementos. O trabalho em grupo supõe plena confiança entre os diversos elementos desse grupo: confiança nas suas atitudes. Vontade que o grupo funcione. Tem sido esta a filosofia que tenho transmitido. Há lugar para iniciativas individuais, mas não há lugar para iniciativas tramar-o-colega. Detesto chicos-espertos.


É muito mais fácil obedecer às ordens do que formulá-las e fazê-las cumprir, principalmente quando é necessário tomar medidas desagradáveis quando é necessário.


Hoje não me sinto particularmente orgulhosa de mim. O preço de ser "a responsável", ou a "chefa", como às vezes me chamam, só para chatear. São pessoas com quem já trabalho há algum tempo, antes mesmo de ser a "responsável", algumas até mais velhas do que eu, e a quem peço muitas vezes conselhos e orientações. Irrita-me profundamente que os profissionais mais jovens achem que sabem tudo, que os mais velhos estão desactualizados, pouco inspirados, etc, etc... e que no fim acabem a assumir como suas ideias dos ditos desactualizados. Há pessoas que por mais cursos, mais mestrados que tenham nunca, mas nunca, vão ter rasgos de genialidade como algumas que têm a inspiração e o mestrado da vida. Por isso, que não me venham esfregar os mestrados na cara para tentar obter alguma coisa, porque tenho um sítio muito especial para onde mandar esses mestrados...


Eu até sou uma gaja porreira. Não há cá isso de eu mando, vocês fazem, agora tragam-me um café. Eu aqui no meu gabinete e vocês aí fora. Nada de misturas. Até compreendo que as pessoas não estejam no seu melhor todos os dias. Mas não aceito que as pessoas não tenham uma atitude correcta para com os colegas todos os dias. Muito menos assumir como seu o trabalho e as ideias dos outros.


Se não fosse a "chefa", iria ouvir os comentários ou comentar durante o café..."ihhh!! o x levou uma bronca"... Assim, tenho de ser eu a dar a bronca!

E aí deixo de ser a gaja porreira...

4 comentários:

Educação inclusiva disse...

ola! complicado o conflito de geraçoes no trabalho mas o que odeio mesmo é a mania quase e digo quase pq nem toda a gente o faz ou seker pensaria fazer, de tramar o colega. horrivel. beijinhus

CybeRider disse...

Retrato perfeito.

Postei em Abril a "Guerra Fria", dois textos mais ou menos medíocres que falam dos dois lados dessa moeda.

O que "eles" sabem mas que eu nunca disse:

"Serviço é serviço e conhaque é conhaque".


O que "eles" não sentem:

- A maldição de, com esta idade e uma esperança de vida razoável, estar confinado ao topo de carreira, com as seguintes consequências:

- Decidir o montante e assinar os cheques do pouco que ganhamos.

- Saber que o primeiro salário a ficar em atraso é sempre o meu, e se possível o único, por vezes com consequências nefastas.

- Que se tiver que desistir de alguém isso será uma derrota pessoal.

- Que todos os que passaram por lá, em oito anos, e me encontram na rua me tratam como um amigo e me respeitam.

- Que uma empresa não é uma democracia (bem pelo contrário, por vezes até parece...).


Por isso Nirvana, que não te doam as mãos. Os mestrados deixam muita gente de fora de todo esse peso que tão bem soubeste descrever.

Doutores são todos os que não estão sob a minha alçada, que estes só o passarão a ser quando o saber deles trouxer à minha empresa mais do que o empenho que lá deposito, e isso não é fácil, não é mesmo nada fácil, mas isto eles também sabem.

CybeRider disse...

Ah! Obrigado pela continuação da nossa conversa! :)))

Já deu para ver que essa coisa do tempo... e assim...

No meu caso, por vezes, nem fins de semana... Ah pois! Por isso desculpa alguma falta de assiduidade, mas conseguir matar este vício dos blogues não me é fácil. Mas eu apareço!

Bjk

Hkler juorjik disse...

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