quinta-feira, 30 de abril de 2009

Doente, ou talvez não...

Eu gosto de Portugal, gosto mesmo. Gosto do nosso país, gosto de nós, mas...

Este texto foi escrito por um professor de filosofia, José Ricardo Costa, que escreve semanalmente para o jornal O Torrejano.

Não concordo com tudo, tudo o que ele diz, mas, muita coisa é verdade.

"Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.

Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta.

Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la?

Passemos então à parte divertida.

A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua ausência na sala do exame. Vai ao médico.

E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.

Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias.
A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI. O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente. O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.

Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.
Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.

Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional,útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o 'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso Henriques, que Deus me perdoe.
A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados. Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei que ela sabe que
eu sei. Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal
que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho. Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade. Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas
horríveis e fábricas desactivadas. Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo.
Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por
ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico.
É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio."




quarta-feira, 29 de abril de 2009

Português traiçoeiro

A diferença entre o tratamento por tu e por você...
Você é para as pessoas que não se conhecem, para os mais velhos, para os chefes, para as tias...
O melhor é uniformizar isto e usarmos a mesma linguagem, porque a diferença pode ser significativa. Um pequeno exemplo, que ilustra bem esta diferença:


O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:

- Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.

O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.

O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?


- 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido!

- Então vou repetir: o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.


A língua portuguesa é mesmo fascinante!


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Afinal, eu não estou assim tão interessada...


Já me tinham falado do filme, mas como sempre não tive tempo para ir ao cinema comer umas pipocas, e como, regra geral, os livros são sempre melhores que os filmes, decidi-me a ler o livro.

O título até é interessante, os autores, argumentistas da famosa série "O sexo e a cidade", prometiam, mas... ficou um pouco aquém do que esperava. No fim, cheguei a umas conclusões que não gostei nada!


O livro é uma espécie de livro de auto-ajuda, que nos ajuda a nós, mulheres, a saber traduzir algumas frases e comportamentos dos nossos queridos homens. Escrito maioritariamente por um homem, porque assim tem mais credibilidade. Resumindo, se ele não telefona, não aparece, não aceita um convite para ir lá a casa, não quer sair connosco mas quer que vamos lá a casa dar de comer ao gato quando vai de férias... ele não está assim tão interessado. Grande novidade, não? Haverá alguma mulher que ache o contrário? As desculpas tenho de trabalhar, perdi o telemóvel, fiquei sem bateria, caí do 18º andar, são só desculpas, meninas. Se ele vos disser uma vez que seja que não telefonou porque não teve tempo, teve muito trabalho, mandem-no dar uma volta... desculpas. Por acaso com esta eu até concordo porque mesmo que esteja enterrado até aos cabelos em trabalho, em alguma altura do dia vai ter de ir à casa de banho e pode aproveitar esses minutos...afinal só precisa de uma mão para aliviar a bexiga.
O livro não é mau, excepto pelo facto de dizer algumas coisas tão óbvias. Nós sabemos quando um homem está interessado, certo? Podemos, às vezes, desculpá-los demasiado... aí tenho de concordar. Acho que o nosso maior erro com os homens é explicado por um sentimento muito feminino: o instinto maternal. Temos sempre tendência a desculpá-los, a arranjar justificações para os comportamentos deles que não nos agradam (até um certo limite, claro).
Os homens são uns filhos da mãe, a maior parte pelo menos, nós sabemos isso, mas depois de ler o livro fiquei a pensar se não valia mais inscrever-me já num convento, antes que as vagas acabem....
Fala também naquelas situações mais delicadas, em que há traição, em que ele é nosso amigo, etc, etc.
Embora não seja um livro que tenha mudado a minha vida, não dei o tempo por mal empregue.


As conclusões:

1. Depois de ler o livro, comecei a pensar... iiihhh, eu já fiz estas coisas tantas vezes!!! Fiquei sem bateria vezes sem fim, trabalho de última hora é aos pacotes, imensas avarias no telemóvel... O meu último "namorado" decidiu convidar-me um dia para ir a casa da mãe comer o fantástico arroz de marisco dela. Nesse mesmo instante desenvolvi uma alergia desconhecida ao marisco... que até gosto bastante. O ir a casa da mãe é que me deu um bocado de alergia, porque convenhamos, conhecer a mãe é uma evolução na relação e eu não queria subir esse degrau.
Por isso, se calhar sou homem... socorro, ajudem-me!!!

2. Impossível depois de ler este livro não pensar no sr. Sorriso... E se o sr. Sorriso quisesse começar a deixar a escova de dentes cá em casa, e depois os sapatos, as meias, e depois sabe-se lá o quê? (O nariz começa a torcer), ou a ligar para saber quando chego ou quando vou... pensando bem, é melhor não. Fantástico! Afinal... eu não estou assim tão interessada!


3. Decidi que, de agora em diante, um homem para me convencer que realmente está interessado em mim tem de cantar esta música.... de preferência com a voz e a carinha do francês aqui do grupo... Será que o sr. Sorriso era capaz de a cantar?? - Eu não escrevi isto.


domingo, 26 de abril de 2009

Voaram, as férias...

Uma semana passa rápido, principalmente quando estamos de férias. Amanhã levantar cedo para ir trabalhar.... HELP!!!!!!!

Estas mini-férias, com uma amiga de longa data, vieram mesmo na altura certa. Só uma semana, mas uma semana muito proveitosa. Foi bom afastar-me daqui. Às vezes é preciso afastarmo-nos para nos aproximarmos...
Depois de deixar de me sentir culpada por ter ido de férias...afinal já estava lá... decidi
aproveitar. Foi como voltar aos 20 anos, quando íamos de férias quase sem dinheiro no bolso. Desta vez, já tínhamos uns trocos. Passeamos, dançamos, falamos imenso, comemos IMENSO, embebedamo-nos (coisa não muito bonita para se dizer aqui, mas afinal este blog é para eu ler!). Foi muito bom.
Como ela é um pouco mais preguiçosa que eu, tive tempo também para me dedicar a uma das coisas que mais gosto de fazer: ler. Levei dois livros. Nada de literatura pesada. Para férias não, por favor! Coisas leves, ou se calhar não tão leves assim. "Geração mil euros" e "Ele não está assim tão interessado".




Geração Mil Euros, um livro que se lê bem,descontraidamente, numa esplanada, apesar de retratar uma situação bastante preocupante da nossa sociedade, em que os jovens licenciados, com imensa capacidade de trabalho, cheios de cursos, pós-doutoramentos, mestrados, etc, não conseguem arranjar uma situação laboral estável e sobrevivem perante situações precárias de trabalho e ordenados reduzidos.
Antonio Incorvaia e Alessandro Rimassa, dois jovens italianos, inspirados nas suas próprias experiências de vida criaram um blogue - www.generazione1000.com - onde relataram a realidade vivida por uma grande parte da população da Europa com menos de 35 anos, os mil-euristas. Daqui nasceu o livro, que conta a história de Cláudio, um jovem de 27 anos, licenciado e "junior account" numa multinacional ligada ao marketing,que divide uma casa em Milão com mais três amigos - Alessio, Mateo e Rossella, e vive com um ordenado de cerca de mil euros. Manter as finanças equilibradas é uma façanha, sendo precisa muita ginástica para que o escasso ordenado chegue até ao final do mês, sem ser obrigado a abdicar das saídas com os amigos, dos jantares de convívio, ou seja, sem ter de deixar de viver as experiências próprias da idade. Uma obra que fala sobre toda uma geração que é obrigada a viver aquém dos seus sonhos, mas que mantém essa capacidade...de sonhar.




O outro livro, esse merece um post só para ele!!



...depois de vir do ginásio porque... porque... gosto muito de ir ao ginásio e não comi quase nada nas férias!



domingo, 19 de abril de 2009

Lembram-se?



Domingo é dia de preuiçar. Dormir até tarde, um bom banho e ....não fazer nada. Sabe mesmo, mesmo bem. E tentar apanhar algum programa de jeito para ver na televisão. Hoje, parei no People and Arts, onde estava a dar.... lembram-se?? ... Fame... I wanna live forever... Há quanto tempo!!!!!



sábado, 18 de abril de 2009

De volta à idade dos porquês

Voltei à idade dos porquês...


Porquê fazer algo só por sempre se ter feito?

Justiça em Portugal

Não me imagino a viver longe do mar. Adoro o mar. Por isso, sempre que posso, ao sábado ou domingo de manhã vou dar uma corrida ou passeio, conforme a disposição, pela beira-mar e depois sento-me numa esplanada a ler um livro, um jornal, qualquer coisa.


Hoje não houve passeio, graças à chuva que teima em não ir embora, por isso, fiquei pelo pequeno-almoço dentro do café, mas com uma enorme janela para o mar. Leitura de hoje: jornal.
Confesso que às vezes só leio as letras gordas, no que diz respeito à política, à crise, à economia, porque se ler o jornal daqui a 3 meses, os títulos não mudarão muito.
Encontrei uma notícia referente ao julgamento de uma ama por maus tratos infligidos a uma criança de 18 meses e fico contente por, afinal, ainda haver alguma justiça em Portugal, embora tardia, uma vez que a referida criança tem hoje 8 anos.

Já era, e agora ainda sou mais, admiradora do juiz Rui Teixeira, aquele que decretou as prisões preventivas no processo Casa Pia e que depois foi afastado, sem se perceber bem porquê. Foi ele o juiz deste caso e condenou a dita ama a nove anos de prisão. Ainda acho pouco, mas pelos vistos, a pena é superior à aplicada em alguns casos de homicídio, motivo pelo qual a defesa vai recorrer. Alguém devia dizer à defesa que há coisas comparáveis a homicídio, e que condenar uma criança saudável a uma vida em que nunca será uma pessoa independente, com problemas a nível cognitivo, motor, psicológico, cegueira, é uma forma de matar, pelo menos matar uma vida que se modificou irremediavelmente. As declarações de Rui Teixeira são incisivas e demonstram o pensar de alguém que tem verdadeira noção do certo e do errado. Venham mais juízes como ele.



Todas as mulheres a sério merecem ter um amante

Já percebi que isto de blogar se vai tornar rápidamente um vício.

Aqui estou em frente ao computador, sem sono, a pensar em tantas coisas que nem sei o que escrever. Hoje estou um pouco triste. Ontem encontrei, por acaso, um amigo dos tempos de faculdade na Fnac. Não nos víamos há bastante tempo. Temos 5 minutos para um café? Claro! Os 5 minutos tornaram-se 3 horas sem darmos conta. Desde relembrar os gloriosos tempos da faculdade (que tempos! Saudades!!), até pôr em dia as nossas peripécias como adultos, falamos de tudo um pouco. Chegamos à conclusão que cerca de 80% dos casais nossos amigos, daqueles top 20, que pareciam ter tudo para dar certo, estavam separados. Isto deixou-me a pensar.... Foi o mundo que mudou, foram as pessoas que mudaram, foi o amor que mudou? Foi tudo? Não tenho respostas.

Ele riu-se quando viu um dos livros que eu tinha comprado. Este mesmo que está aqui ao lado: Todas as mulheres a sério merecem ter um amante. Uma das coisas que faço por gosto é ler. Geralmente compro livros dos quais já ouvi críticas, ou cujo resumo ou autor me interessam. Este, confesso, comprei só pelo título. DEMAIS!! Pensei "Hiiii, deve ser uma treta de livro", mas não, surpreendeu-me. É um livro que se lê com vontade, identificando-nos com esta ou aquela facetas das três mulheres principais.

Todas as Mulheres a Sério Merecem Ter um Amante é uma história comovente sobre uma mulher de meia-idade que não desistiu de viver, das suas duas melhores e completamente diferentes amigas e de uma viajem.
Sasha sente que a sua vida já não a satisfaz. A filha faz pouco das suas tentativas para se manter jovem, o marido, cada vez mais distante, não a apoia. O dia a dia tornou-se aborrecido e desmotivador. Juntamente com duas amigas, decide viajar até ao Perú, para aí percorrer o famoso caminho Inca. No grandioso cenário das montanhas peruanas, Sasha descobre que é altura de mudar a sua vida antes que seja demasiado tarde. Inicia uma ligação amorosa que não planeara, e começa a olhar para ela própria de maneira diferente. Apercebe-se de que viver é estar ao mesmo tempo disponível para o sofrimento e para a alegria. Um livro aparentemente leve, mas que nos fala da coragem que muitas vezes é preciso para olharmos para nós próprios, para cometer erros, para arriscar ser feliz.





quinta-feira, 16 de abril de 2009

Atendimento de qualidade


Cá estou de volta, depois de tão prolongada ausência, condicionada por muito trabalho e pouco tempo para me dedicar a esta nova actividade.


Em primeiro lugar, quero dizer que gosto do meu país, que defendo com unhas e dentes. Portugal tem muita gente (conhecida e anónima) de valor. Gosto de ser portuguesa, do nosso pequeno grande Portugal.
Mas hoje, desde há muito tempo, sinto verdadeiro orgulho em ter como governantes pessoas com tão bom gosto, com tão requintado mau gosto, que acham que nós, pobre povo, somos uns completos atrasados mentais.
Pasmei. Pasmei mesmo ao ouvir, cheguei a pensar que estava urgentemente a precisar de fazer uma grande limpeza aos meus ouvidos, mas confirmei depois, ao ler, as normas de vestuário dos funcionários da Loja do Cidadão de Faro, aquela que, segundo o nosso primeiro-ministro, é a mais moderna e avançada do país.

Passo a transcrever:
..Saias muito curtas, camisolas decotadas, gangas, saltos altos, roupa interior escura, perfumes agressivos e sapatilhas. Tudo isto é proibido usar, em serviço, na Loja do Cidadão de Faro.....
«Esta acção incide sobre várias matérias e, em particular, sobre o que deve constituir um atendimento de qualidade, que ajuda ou prejudica o relacionamento com os cidadãos», explicou Maria Pulquéria Lúcio, vogal do Conselho Directivo da Agência de Modernização Administrativa, que realizou uma acção de formação antes da abertura da loja.
«Esses aspectos de postura foram abordados como importantes para uma imagem cuidada que se privilegia e que tornará o contacto com o cidadão mais agradável», acrescentou.
Ufa!!! Ainda bem que não sou funcionária pública!! Caso não tenham reparado, quase todas estas normas se aplicam às mulheres! Vamos por partes:
Não vou trabalhar de mini-saia tipo cinto, nem decotes tipo sem fim, mas isso faz parte do bom-senso, não? Será necessário isso estar escrito como norma? Não me parece.
Ganga... D. Maria Pulquéria, desculpe a opinião de uma leiga em matéria de moda, mas já viu bem as calças de ganga? Então olhe e veja, porque além de confortáveis, algumas são bem elegantes quando combinadas com uma camisa, camisola ou blazer.
Sapatilhas e saltos altos. Ficamos com os saltos baixos sem sapatilhas. Sim, isto é importantíssimo para o bom funcionamento e contacto com os cidadãos. A primeira coisa que qualquer um faz quando finalmente chega a sua vez, é espreitar para dentro do balcão e ver como são os sapatos da funcionária!!!! Pessoalmente acho que deviam oferecer às funcionárias umas sapatilhas daquelas com rodinhas, como as dos miúdos.
Roupa interior escura. Para mim esta é a melhor, e a principal razão por estar contente por não trabalhar na loja do cidadão de Faro. Então que ia eu fazer às minhas ricas cuequinhas?? Deitar fora, neste tempo de crise? Sim, porque passamos a grande maior parte dos dias e do ano a trabalhar. Também confesso que não percebo a razão desta norma. Roupa interior quer dizer roupa interior, ou seja, que está no interior, que não se vê. Que importa se é preta, amarela, roxa, às riscas ou aos quadrados???
Perfumes agressivos. Qual vai ser o nariz que vai diferenciar os perfumes agressivos dos não agressivos?? Se calhar estão a prepar a lista dos perfumes permitidos. Ou melhor. Nem usem perfume, nada como o odor natural de cada um.
Eu discordo completamente da D. Pulquéria. Acho que deviam contratar
a Fátima Lopes para fazer um uniforme para as funcionárias, seria muito mais
interessante visualmente e o público não ficaria insatisfeito. Aliás, com o calor
faz no Algarve em algumas alturas do ano, acredito que trabalhariam melhor.
Penso, também, que deveria ser considerado um suplemento no ordenado das
funcionárias para comprarem roupa adequada para uma imagem que torne o
contacto com o público mais agradável, quem sabe Guess, Escada ou Armani.

Haja santa paciência!!!! Querem atendimento de qualidade??? Ponham funcionários a trabalhar em número suficiente para não termos de esperar horas porque só há meia dúzia de pessoas a trabalhar para atender centenas. Diminuam a burocracia. Facilitem a vida ao público e aos funcionários.
Mas, por favor, deixem a roupa interior continuar a ser roupa interior e não inventem uma máquina verificadora da cor de roupa interior!!!


sábado, 4 de abril de 2009

E agora?

Pois... e agora?

Agora já tenho um blog :), ideia que já há algum tempo me vinha ocupando o pensamento. Confesso que inicialmente não achava muita piada aos blogs, coisas para quem não tem o que fazer, mas mudei de opinião. Tenho lido blogs fantásticos. Não tenho a pretensão que o meu também o seja!! Porquê aventurar-me num blog? Não sei bem. Vamos experimentar, vamos ver o que isto dá. Provavelmente um blog para só eu ler!

O nome do blog? Gosto de uma boa chávena de bom chá, de bom café,... de boa conversa, de pensamentos.

Começar não é fácil. Começar por onde? Talvez um pouco sobre mim.
Aprender é uma longa viagem. Viver, uma aventura. Se juntarmos os dois temos uma longa viagem repleta de aventura.
Gosto da minha vida. Adoro a minha vida. Adoro viver.
O meu lema: não acrescentar dias à vida, mas vida aos dias.
Acredito nas pessoas (algumas, claro, que me perdoem os políticos...), na importância do afecto na vida das pessoas. Acredito nos meus amigos, que amo de coração. Acredito no efeito terapêutico do mar. Acredito ainda que este mundo tem solução.
Não gosto de prepotência, preguiça, mentiras. Não gosto de lampreia, nem da de ovos.

E por hoje vou ficar por aqui.
Beijinhos e abraços... para mim :-)