sábado, 30 de maio de 2009

A eterna "guerra"


Em reposta a uma mensagem para ler este post...

Esta história toda de homens vs mulheres, blá blá blá, começa a enervar-me um bocadito. Os homens são isto e aquilo, as mulheres são aquilo e isto... Como rótulos que se põem nas latas... Podem acreditar, todas as latas de polpa de tomate com o mesmo rótulo têm o mesmo conteúdo. Mas aquilo são latas. Coisas inanimadas. Eu ainda acho que as pessoas (a maioria pelo menos) não são inanimadas. Não podem ser rotuladas assim, até porque mudam.

Há diferenças, como é óbvio, até demonstradas cientificamente (isto não é da minha autoria, são estudos realizados):
- Os homens utilizam sobretudo o hemisfério direito do cérebro, enquanto que as mulheres estabelecem mais relações entre os dois hemisférios e muito mais sinapses. Basicamente, as mulheres têm uma maior capacidade para memorizar palavras e marcos de localização geográfica (ahah, não estavam à espera desta!), enquanto que os homens têm maiores capacidades matemáticas.
- A capacidade intuitiva das mulheres: o sexo feminino – está provado – tem uma inteligência emocional mais apurada, são mais hábeis a reconhecer e interpretar emoções e a antecipar intenções. Por outro lado, as mulheres produzem mais hormonas ligadas ao stress e entregam-se mais facilmente a pensamentos negativos. Os homens evitam as emoções negativas; as mulheres ficam presas a elas, remoendo os factores de stress, tristeza e angústia.
- As mulheres vivem, em média, cinco a dez anos mais do que os homens. Pode ser porque o seu sistema imunitário é mais activo e elas combatem melhor as infecções, porque as hormonas femininas têm um efeito protector do organismo, ou porque os homens tendem em envolver-se em actividades e comportamentos mais arriscados e violentos.
Isto, entre muitas outras coisas, é o que dizem os estudos efectuados pelos entendidos.


Eu...

Eu acho que homens e mulheres procuram e querem o mesmo da vida: serem felizes, sentirem-se realizados, quer a nível pessoal quer profissional. Acho que os homens e as mulheres não são assim tão diferentes.

Eu acho que há aqui alguma coisa que não funciona!!! Parece que toda a gente tem saudades do mesmo. Que toda a gente se queixa do mesmo. Falta de comunicação? Falta de crença no próximo? Egoísmo? Não sei... O que eu sei é o que a vida me tem demonstrado, por experiência própria e pelo que observo à minha volta.


As pessoas estão muito mais concentradas em si próprias, o que até não acho mal, porque quando nos tiram o tapete, quando ficamos sem chão, é a nós que nos temos. O problema são as ideias pré-concebidas que os homens são uns f.d..., uns egoístas, uns criançolas, uns insensíveis, etc, etc; e que as mulheres são umas cabeças de vento, só com areia, sapatos, carteiras, roupa, má língua, etc, etc, como esta menina aqui do lado, que ainda por cima tinha de ser loira!! Sem dúvida que alguns(as) são. Conheço alguns(as) assim. Mas não são todos(as).
Claro que o "julgamento" dos outros, assim como de tudo na nossa vida, depende do estado de espírito. Por isso, se um homem ou mulher tiver um episódio recente ou até mais antigo que o(a) marcou, não muito feliz, vai meter tudo no mesmo saco e dizer "são todos uns ..." e depois uns acabam por pagar pelos outros.

É interessante ver os pontos de vista masculinos e a forma como nos vêem a nós, mulheres! Pelo que li aqui, aqui e aqui, não é muito abonatório. Só para esclarecer umas coisitas:

- sei mudar um pneu. Demoro um bocadito, é certo porque aqueles parafusos estão mesmo bem apertados e tenho de me aplicar em fazê-los rodar, mas chego lá;

- nem todas as mulheres são rivais. Temos amigas, amigas verdadeiras. Já que um tema que gostam tanto de nos aplicar é a futilidade da roupa, já emprestei roupa que ainda nem tinha usado, elas vestiram-na primeiro que eu. Ficaram lindas. E eu aplaudi.

- não temos só areia na cabeça. Não pensamos só em roupa, acessórios, cusquices, ....Acho que pensamos um pouco mais do que a maioria dos homens, mas isso também nos é de certa forma incutido por eles. Muitas vezes do que dizem ao que querem dizer vai uma distância muito grande, e nem sempre temos o dicionário à mão.

- a minha maior fonte de cusquices são homens. Verdade.

- detesto ratos, então ratos em forma humana... nem se fala. Dos ratos e gajos cabrões quero distância. É por causa deles que às vezes perco a fé na raça humana, que logo recupero porque, como já disse, não são todos iguais. Felizmente. Alguns dos meus maiores amigos são homens.

- os homens não podem ter momentos de fraqueza? Mas são o quê? Estátuas? Achamo-los menos homens por isso?? Onde isto já vai!!!! Os meus amigos homens procuram-me quando têm problemas. Muitos deles com problemas com mulheres. Para desabafar, para tentarem entender.... admiro-os cada vez mais. Sensibilidade não é sinónimo de mariquice. É sinónimo de humanidade. Pessoas que estão sempre bem? Até pode haver uns felizardos assim, mas até eu, que sou uma optimista crónica tenho os meus maus momentos.

- E poderia continuar aqui mais uns 100 dias.

Eu continuo a gostar de um Homem com H, o que não significa que tem de ser um super-homem. Significa que tem de ter carácter, ser integro, verdadeiro, amigo, amante. Que me ouça. Que me ofereça flores quando não estou à espera. Que me abrace enquanto estou a cozinhar (mesmo de avental). Que me faça rir. Que me dê a mão. Que me faça ser e querer ser uma pessoa melhor.

O problema, o grande problema, é que hoje em dia há uma coisa que se está a perder a um ritmo alucinante. A "inocência", o querer acreditar, o confiar, o sermos nós mesmos sem termos de estar a medir cada palavra, cada sorriso, cada brincadeira, porque podem ser mal interpretados. Porque mesmo antes de nos conhecerem já nos colocaram um rótulo com letras garrafais na testa. E com tudo isto, com os "eu sei o que tu queres, sei, sei. Gajas!!! Deixa ver se tem umas pernas jeitosas, e tal e coisa..." e os "de certeza que é igualzinho aos outros murcões que já conheci"... perde-se o melhor. O conhecer o outro, o dar uma oportunidade. E não falo só em termos de relações amorosas.
Com tudo isto, pelo meio, fica o vazio... porque a verdadeira beleza da relação homem/mulher está na complementaridade, no equilíbrio entre as suas diferenças. Digo eu...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mesmo pequenina



Em cada virar de esquina existem lições de vida. Daquelas que nos fazem pensar a sério. Que nos fazem sentir que os nossos problemas afinal não são assim tão grandes. Sentimo-nos egoístas. Sentimo-nos pequeninos. Sentimo-nos fracos. Sentimos que os nossos problemas até têm solução. Podem não ter um fim, para já, mas têm solução, e esse fim vai chegar um dia. Porque, afinal, não era um problema assim tão grande. Porque, como dizia alguém, "a vida nunca nos dá um fardo maior do que aquele que podemos carregar". Às vezes tenho dúvidas sobre isto, quando ouço ou vejo algumas histórias de vida, dessas que me fazem sentir pequenina.

domingo, 24 de maio de 2009

Fácil definir, Difícil sentir



Tenho alguma dificuldade em lidar com alguns sentimentos. Muita até. Um deles é a desilusão. A definição é fácil, desilusão é uma decepção ou desencantamento decorrente de uma experiência negativa; é acto de desiludir-se, desenganar-se, o que pressupõe que nos enganamos sobre algo ou alguém, que em um momento qualquer, acreditamos. O sentimento é difícil. É algo que morre, é algo que custa a compreender, a assimilar, a interiorizar e aceitar.

E porque hoje ainda estou na fase do tentar compreender, deixo aqui um texto de Victor Hugo, que dedico a uma pessoa, que não o vai ler.

"Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que, mesmo maus e inconsequentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exacta para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito das suas próprias certezas.
E que, entre eles, haja, pelo menos, um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo, ainda, que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
Que sendo maduro, não insista em rejuvenescer,
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal.
Porque, assim, você sentir-se-á bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outro sim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano,
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afectos morra,
por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo, por fim, que você, sendo homem,
Tenha uma boa mulher.
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes.
E quando estiverem exaustos e pouco sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada para te desejar".

sábado, 23 de maio de 2009

O meu Prozac


Costumo dizer que o meu filho é o meu Prozac.
Além das óbvias vantagens sobre o medicamento, tem ainda outras: nunca me esqueço de o tomar, tenho direito a várias doses por dia, detesto tomar medicamentos (tenho de partir um simples comprimido de ben-u-ron em dois para o tomar), mas às vezes tenho de engolir o meu prozac em forma humana, e sem direito a parti-lo.

Acho que as crianças de hoje são muito mais infelizes do que nós éramos. Passamos pouco tempo com elas. Exigimos demasiado delas. É a escola, são as actividades extra, é isto e mais aquilo. Quase que precisam de uma agenda. Como não temos o tempo que queríamos para estar com elas, damos-lhe nintendos e PSPs, para se entreterem e estarem quietos. A competividade é-lhes incutida desde os primeiros anos na escola. Como se pode conceber que haja crianças com stress?

O P. é bom aluno. Claro que tento incutir-lhe o sentido de responsabilidade, que tenho de o obrigar a estudar um bocadinho, mas não lhe exijo que tenha de ter sempre bons resultados. Todos temos momentos maus. Uma vez disse-lhe que eu ficava contente quando ele tinha boas notas, porque ele também ficava, porque era bom para ele, blá blá blá, porque o importante era que ele fosse feliz. As crianças registam tudo, e têm um sentido de oportunidade extraordinário. Muito tempo mais tarde, num fim de tarde de domingo, quando finalmente se decidiu a ir fazer os deveres, em vez de ouvir o lápis a escrever, ouço a bola a bater no chão, uma e outra vez. Às vezes perco a paciência... Se não fizeres isso já, não há mais futebol para ninguém!! "Não estou a perceber, Mamã, tu disseste que o que querias era que eu fosse feliz..." Engolir... inteiro!

O meu Prozac tem 8 anos, e como todos os miúdos de 8 anos, acha-se muito esperto (e até é :)). Como todos os miúdos de 8 anos, quer ser como os outros, quer fazer o mesmo que os outros. E quando os amiguinhos lhe dizem que passaram o sábado ou o domingo a jogar PSP e já vão no nível 30, ele não acha piada nenhuma. E eu tenho um bocado de dificuldade em reponder às suas perguntas. Como responder a "Mamã, porque é que tu não és uma mãe normal?" Hããã??? "Tu és normal, Mamã, mas não és bem normal". Isto está a piorar, penso eu. Até estava com algum receio de perguntar porquê, mas lá teve de ser. "Porque só me deixas jogar um bocadinho de PSP e só de vez em quando". Fiquei mais sossegada, mas tive alguma dificuldade em fazê-lo entender. Aos 8 anos as palavras não valem muito. Hoje decidi deixá-lo jogar o tempo que ele quisesse. Começou logo cedo, às 9. Só o entusiasmo na cara dele já me fez rir. Depois do almoço, a pergunta habitual, "que vamos fazer?" Podes ir jogar, P. "já estou um bocadinho farto" Aleluia!!!!! E lá fomos dar a nossa voltinha de bicicleta e lanchar um crepe de chocolate.

O P. nasceu há 8 anos e estamos os dois sozinhos há 6. Não é à toa que o chamo o meu Prozac. Em muitas alturas difíceis da minha vida foi ele que me deu ânimo, que me fez sorrir, que me fez ter vontade de continuar, de lutar, de acreditar. Não há tristeza que ele não cure, com aquela carinha de diabrete disfarçado de anjo, com aqueles abraços que só ele sabe dar.

Às vezes parte-me o coração, com frases como "se não fosses a minha mãe eu era triste. Que bom estares aqui". Que bom TU estares aqui, P.

Acho que poucas coisas conseguem transmitir uma maior sensação de paz do que uma criança a dormir. Às vezes fico a olhar para ele a dormir, tão bonito, tão tranquilo, e começo a pensar com os meus botões como seria a minha vida sem ele. Vazia. Teria o tempo todo para mim, é verdade, poderia fazer o que quisesse, quando quisesse, não teria de abdicar de propostas profissionais excelentes mas que obrigariam a ir para longe ou trabalhar muito mais horas, não teria de voltar a estudar a numeração romana. Mas também não teria esta sensação indescritível de amor incondicional. Não encontraria os desenhos que ele me deixa na carteira, nos bolsos Não teria alguém a dizer-me, e de forma sentida e sincera, és a melhor. Não teria aquela carinha a olhar para mim com o ar mais inocente do mundo quando faz asneiras. Não teria alguém para ajudar a crescer e vê-lo transformar-se num rapaz tão bonito. Não teria alguém que me acha "extraordinariamente o máximo".


E, se calhar por esta altura, já andaria a tomar Prozac, dos outro, que vem em caixas.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Manchas de tinta



Tintas derramei sobre o papel
Tentando encontrar inspiração
Manchas surgiram ao acaso
Descobri a minha vocação
Azuis, verdes, amarelos se uniram
Dando asas à imaginação
Das manchas emergiram borboletas
Suaves e carinhosas
Leves e sonhadoras
Segui-as com o meu olhar atento
Saltavam de flor em flor,
De malmequeres em girassóis
A luz do sol reflectia a sua cor
E eu sonhava... sonhava...
Imaginava-me a voar ... voar
Sobre as eternas e infinitas planícies
Desejava loucamente a sua liberdade
Eterna e magnífica
A qual este meu ser podia almejar
A dúvida assombrava-me
Como conseguiria eu
Eterna sonhadora
Inspirar-me em tão insignificantes manchas?

N.

quarta-feira, 20 de maio de 2009




E hoje não consigo deixar de pensar nesta frase de Dalai Lama:

"Remember that not getting what you want is sometimes a wonderful stroke of luck."

terça-feira, 19 de maio de 2009

Chefe, mas pouco

Catherine Zeta-Jones in No Reservations


Isto de ir festejando aniversários tem as suas vantagens e desvantagens, todos sabemos isso. Algumas coisas combinam a parte da vantagem e da desvantagem. Uma delas é a experiência. Ficamos mais experientes. Que bom!!! Se isto, de um modo geral é bastante positivo, por outro pode ser absolutamente negativo, mau, péssimo.


No trabalho, começamos a ter mais responsabilidades e começamos até a chefiar os mais novos. Geralmente esta progressão profissional é positiva, significa que o nosso trabalho é valorizado, começamos a ser mais respeitados, e mais uns euros no ordenado não fazem mal a ninguém. As responsabilidades aumentam, mas é gratificante. O volume de trabalho aumenta e começamos a fazer horas extra sem serem extra, a roubar tempo ao fim de semana, mas afinal é o nosso projecto. Nosso, porque inclui um grupo de trabalho que eu, como responsável, quero que funcione. Um grupo pequeno, constituido por pessoas muito diferentes. Para que um grupo funcione tem de haver honestidade e respeito entre os seus elementos. O trabalho em grupo supõe plena confiança entre os diversos elementos desse grupo: confiança nas suas atitudes. Vontade que o grupo funcione. Tem sido esta a filosofia que tenho transmitido. Há lugar para iniciativas individuais, mas não há lugar para iniciativas tramar-o-colega. Detesto chicos-espertos.


É muito mais fácil obedecer às ordens do que formulá-las e fazê-las cumprir, principalmente quando é necessário tomar medidas desagradáveis quando é necessário.


Hoje não me sinto particularmente orgulhosa de mim. O preço de ser "a responsável", ou a "chefa", como às vezes me chamam, só para chatear. São pessoas com quem já trabalho há algum tempo, antes mesmo de ser a "responsável", algumas até mais velhas do que eu, e a quem peço muitas vezes conselhos e orientações. Irrita-me profundamente que os profissionais mais jovens achem que sabem tudo, que os mais velhos estão desactualizados, pouco inspirados, etc, etc... e que no fim acabem a assumir como suas ideias dos ditos desactualizados. Há pessoas que por mais cursos, mais mestrados que tenham nunca, mas nunca, vão ter rasgos de genialidade como algumas que têm a inspiração e o mestrado da vida. Por isso, que não me venham esfregar os mestrados na cara para tentar obter alguma coisa, porque tenho um sítio muito especial para onde mandar esses mestrados...


Eu até sou uma gaja porreira. Não há cá isso de eu mando, vocês fazem, agora tragam-me um café. Eu aqui no meu gabinete e vocês aí fora. Nada de misturas. Até compreendo que as pessoas não estejam no seu melhor todos os dias. Mas não aceito que as pessoas não tenham uma atitude correcta para com os colegas todos os dias. Muito menos assumir como seu o trabalho e as ideias dos outros.


Se não fosse a "chefa", iria ouvir os comentários ou comentar durante o café..."ihhh!! o x levou uma bronca"... Assim, tenho de ser eu a dar a bronca!

E aí deixo de ser a gaja porreira...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Para ti

Para ti, irmã...




.....

Mas é preciso morrer e nascer de novo

semear no pó e voltar a colher

há que ser trigo, depois ser restolho

há que penar para aprender a viver



E a vida não é existir sem mais nada

a vida não é dia sim, dia não

é feita em cada entrega alucinada

p´ra receber daquilo que aumenta o coração...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dinheiro para quê?


Há coisas que acho engraçadas...

Acho que há certas coisas que se dizem porque fica bem, porque é bonito, porque é in, porque assim parece demonstrar uma imensidão de pensamentos e sentimentos bons. Como nos concursos de misses em que todas têm como maior sonho acabar com a guerra e a fome no mundo... Será que alguém acredita nisso? Pensando bem, é melhor dizerem estas frases pré-feitas do que isto ou isto, para não se rirem das loiras.

Um dos meus clichés preferidos é "não ligo a dinheiro", "o dinheiro não é importante". Acho engraçado porque só o ouço dizer a pessoas COM dinheiro. Ainda este fim de semana ouvi isto da boca de uma senhora com malinha Louis Vuitton ao ombro... Mas se calhar estou a ser injusta e ela não se importaria de usar um saquinho de plástico do continente para transportar os seus haveres.

Nunca ouvi as pessoas que têm de contar os tostões todos para ver se conseguem sobreviver até ao fim do mês a dizer não ligo a dinheiro. Quem diz isto devia começar a dizer "não ligo a dinheiro, porque tenho montes dele". Aí já não me chateava ouvi-las.

Ter dinheiro não é passaporte para a felicidade, para a realização pessoal. Não poderia concordar mais. Dinheiro não compra felicidade, outro cliché, mais verdadeiro que os anteriores. Chamem-me materialista, mas, a ser infeliz, mais vale ser infeliz rico. E a ser rico, mais vale ser feliz. Se isso não acontecer, sempre pode ocupar o tempo!! Agora infeliz e pobre é bem pior. Digo eu!

Se isto fosse verdade, e o dinheiro, essa coisinha desprezível que faz girar o mundo, não fosse importante, estaríamos livres da tão falada crise. E não haveria filas às sextas-feiras porque as pessoas estacionam em quinta fila para irem registar o euro-milhões em semana de jackpot.

Para mim, remediada assalariada com vocação para milionária... fica-me... a rica felicidade. E não me queixo. Mas também não digo que não me importava de não ter um tostão.

domingo, 10 de maio de 2009

Afinal a culpa é dos genes...


Quando me perguntam se sou feliz (e à medida que os anos passam parcece que essa pergunta é feita mais vezes), a minha resposta é sempre a mesma: SOU. Depois vem a pergunta seguinte: porquê? Porquê?? Ora, porque sou, porque sim!! Dizem-me que eu devo ser maluquinha, porque ninguém é feliz sem motivo. Parece que para se ser feliz é preciso muita coisa, mas eu tenho muitos motivos para ser feliz, mesmo quando a vida me corre mal. E lá vem o maluquinha outra vez...

Eu sou uma mulher prática, objectiva e, finalmente, vou poder responder-lhes com bases fundamentadas: eu não sou maluquinha, tenho é bons genes! Ah pois é!!

Os cientistas descobriram que todos nós temos um set-point de felicidade, uma tendência tanto genética como adquirida de nos mantermos felizes num determinado nível. Nos últimos 20 anos, cientistas no campo da psicologia positiva têm feito progressos extraordinários, identificando o set point de felicidade, os neurotransmissores da felicidade, e inclusivamente o ponto exacto do cérebro onde a felicidade está localizada.

A felicidade já não é uma emoção abstracta. É um estado psicológico que pode ser mensurável. Um cientista da Universidade do Minnesota, Dr. David Lykken, efectuou um estudo para determinar que parte da felicidade de uma pessoa é inata e que parte é adquirida. O estudo incluiu milhares de gémeos, que foram criados separadamente. Após longas e profundas experiências, concluíram que 50% do nosso set point de felicidade são inatos, e os outros 50% adquiridos.
Este estudo foi comprovado posteriormente por outros investigadores da área da psicologia que confirmaram que:
* 50% da nossa felicidade está nos genes;
* 40% são determinados pelos nossos habituais pensamentos, sentimentos, palavras e actos;
* apenas 10% é determinado por circunstâncias externas como o nosso estado de saúde, o nosso estado civil e o nosso emprego.

Passamos a vida inteira em busca da felicidade, ansiando por ela, esforçando-nos por obter tudo aquilo que acreditamos fazer-nos felizes - saúde, beleza, relacionamentos, carreira, etc.
Muitas vezes a vida é injusta, uma seca. Todos sabemos isso. Às vezes, quando nos sentimos infelizes, tentamos melhorar com a adopção de hábitos que nos fazem sentir bem no momento, mas que não resolvem nada, como beber, ir às compras, devorar chocolate... uma maneira de nos enganarmos.
A felicidade momentânea vem quando temos um sucesso na carreira, compramos finalmente aquele carro ou aquela casa, aqueles sapatos... mas isto são condições externas: os sapatos ficam velhos, o carro novo passa a usado, a casa começa a precisar de reparações.

O importante é ser feliz porque se é feliz. O que é isto? É um estado de espírito, de paz e de bem-estar que não depende das condições externas.Não significa rirmos à gargalhada 24 horas por dia. Podemos ter qualquer emoção, incluindo tristeza, medo, raiva ou dor, que ainda assim continuamos a experenciar aquele estado subjacente de paz e bem-estar.

Há apenas uma causa de infelicidade: as falsas crenças tão generalizadas, tão comumente aceites que nunca nos ocorre quebrá-las. "Para ser feliz é preciso ter uma boa casa, um bom marido, um bom emprego"; "é preciso acontecer alguma coisa de extraordinário"... Arriscamo-nos a correr atrás da felicidade, quando ela está mesmo aqui, dentro de nós, e não a vemos.
Agora, quando me disserem que sou maluquinha, já posso dizer "50% não é culpa minha!!" :)

"Esta alegria que tenho não foi o mundo que ma deu, logo, o mundo não ma pode tirar". Shirley Caesar


sábado, 9 de maio de 2009

The way you dress!!!!!!!!!




Agora vou cantar assim ....the way you dress, the way you dress...


Serão fantástico hoje!! Não me lembrava de nada assim...

Antigamente dizia-se que os homens se queriam a cheirar a cavalo, com calos nas mãos, voz dominadora e sei lá mais o quê. Não concordo com isto, obviamente, que eu gosto deles lavadinhos, e se possível cheirosinhos... mas o que é demais é demais. Homens que percebem mais de cremes do que a Lili Caneças, de moda do que Christian Dior... tenham dó!!!

Passo a contar o porquê deste meu desabafo.

No meu trabalho há uns homens bonitinhos, mas há lá um que é um pedaço de mau caminho... lindo de morrer! As mulheres em volta dele parecem abelhas à volta do mel. E é simpático, afável, etc. Muitas vezes pensei cá comigo que ele devia ser gay... um gajo tão bonito, com um corpinho daqueles e que não lhes dá bola quando elas literalmente se atiram para cima dele... algum defeito deve ter.

E eu?? Também era abelhinha? Não, por duas razões: uma, sou assim um bocadinho contrária ao habitual, e não ia andar a fazer de abelha com aquelas abelhas todas ao lado (atenção, não estou a usar o termo abelha num sentido depreciativo!!), duas, um gajo daqueles deve dar muito trabalho para afastar a concorrência, três, não gosto de relações mais íntimas com pessoas do trabalho.

Numa reunião esta semana, para meu espanto, ele ofereceu-se para me ajudar num trabalho. Foi o primeirinho a dizer "eu". Não tive como dizer que não, embora preferisse continuar a trabalhar com a minha querida amiga V. O chefe achou muito bem e lá começamos a trabalhar juntos. Escusado será dizer que o meu cantinho começou a ser alvo de muitos olhares atentos, o que me divertiu imenso, porque não se passava nada, apenas conversa profissional, embora ele andasse um pouco mais atencioso que o habitual. Quando concluímos o trabalho, convidou-me para jantar, para comemorar, o que é perfeitamente normal, e usou um argumento irrecusável... ir jantar ao Shis, um dos meus restaurantes preferidos, na Foz. O serão de hoje... Apareceu-me lindérrimo... um pecado! Início de conversa agradável, até que decide começar a falar de moda, de liftings, dos exercícios que fazia... uma seca!! A meio do jantar eu já estava à procura no telemóvel das farmácias de serviço, mas não me consegui decidir se ia comprar um Xanax para me acalmar ou uns speeds para não adormecer!! Até que ele decide abrir-me o seu coração e dizer-me que estava interessado em mim e porquê!! So far so good, embora eu quisesse era vir depressa para casa!! Eu a pensar que seria pelos meus lindos olhos, pelo meu sorriso iluminado, pela minha boa disposição, pela minha inteligência, pelo meu espírito empreendedor, sei lá, tanta coisa boa que eu tenho (:)). Nada disso! O que o atraiu em mim foi...ai, que até me custa dizer, foi a maneira como eu me visto, a minha roupa, pelo amor de Deus! Ia-me dando uma coisinha má. Não sei como não caí da cadeira... E lá foi o meu ego pelo cano abaixo, juntamente com mais uns golitos de vinho tinto!

A sobremesa ficou por comer... disse-lhe que amanhã tenho de me levantar muito cedo para ir às compras!!!

Homens de antigamente, voltem, por favor. Convidar alguém para jantar porque gostam de roupa... é muito mau!!

E agora vou lavar bem a cara com lixívia porque, embora eu não consiga ver, tem de estar lá escrito: cromos procuram-se. Espero que meia hora chegue, porque amanhã quero acordar cedo, mas para ir dar o meu passeio à beira-mar!



No rescaldo da lixívia - 9 de Maio de 2009


Depois de uns segundos a olhar para o meu armário a pensar se deitava a roupa fora ou não, decidi que não. Afinal, não posso andar por aí sem roupa...


Fui então dar o meu passeio, com o mar (devia ser proibido viver sem o ter por perto). Sabe mesmo bem, quando não há muita gente. Depois vem sempre o cafézinho. Fui ao quiosque comprar uma revistinha, a Sábado, e fiquei muito satisfeita, porque afinal não me coube a mim conhecer os cromos todos. Senão, vejam o que disse um dos meninos que habitualmente faz parte das revistas cor-de-rosa, de seu nome Rubim:
"Se conseguimos tomar conta de um cão, provavelmente conseguimos ter a mesma atitude com um filho".
Ainda bem que a palavra provavelmente faz parte desta frase!!!!
Eu gosto de cães, a sério que gosto, e muito. Mas não é bem a mesma coisa... digo eu!!!!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Saramago & Hilton - Dupla Fatal


Em termos de saúde, a notícia do momento é a gripe suína. As pessoas têm medo, medo da pandemia. E o medo é bom, obriga a que se tomem medidas de prevenção. Do medo ao pânico, a distância é pequena. E o pânico é mau. Se a OMS aumentar o nível de alerto, desconfio que o pânico se irá instalar a nível mundial.

Regra geral, quando há um doença qualquer, a descoberta da cura depende da descoberta da causa. Por isso, fiquei muito, muito descansada quando vi que se tinha descoberto a causa e como evitar a transmissãodo H1N1.


1. A causa

Porquinho capitalista

Para Saramago, a pandemia de gripe suína explica-se da maneira de sempre: a culpa é do capitalismo. No dia em que voltarmos à agricultura de subsistência, todos os problemas se resolverão. Embora o próprio admita que "não será, certamente, a única causa".

2. Como evitar a transmissão do vírus

Paris Hilton

É só seguir o exemplo de Paris Hilton. Eis a sua opinião sobre a gripe suína: "Não me preocupo. Não como disso."

Eu acho que a menina merece um troféu ou até o prémio Nobel, por ter descoberto como contornar o pior aspecto de uma epidemia, pandemia, epipandemia, seja lá o que for, que é a transmissão dos vírus. E ainda dizem que ela não é muito dotada de massa cinzenta!!!!

Estou muito, muito mais tranquila!!

terça-feira, 5 de maio de 2009

A Reforma do Romantismo...



Leve já um leve PPR ao amor da sua vida.

Amor que é amor dura para sempre.

Provavelmente isto já anda por aí há muito tempo, mas ainda não tinha reparado. Sou um bocado para o exagerado, mas juro que se alguém me perguntasse isto, eu partia qualquer coisa bem pesada na cabeça dele.


Eu sei que a vida está difícil, que a crise é uma dor de cabeça, mas reformar-te comigo?? É o fim do romantismo...



Meu amor, traz-me amor, beijos, flores, um chocolate, um livro, o meu CD preferido, canta-me esta canção ... mas, por favor, não me tragas um PPR, e muito menos um PPR leve!





Na vida é tudo tão relativo!!...


Este título merecia uma reflexão profunda, eu sei, mas o sol (e não só) tem este efeito em mim, põe-me com pouco juízo e muita vontade de rir :)

Ao fim da tarde, um ginecologista aguarda a sua última paciente, que não chega. Depois de 30 minutos de espera, ele supõe que esta não virá e resolve tomar um gin tónico para relaxar antes de voltar para casa.
Instala-se confortavelmente num sofá e começa a ler o jornal quando toca a campainha.É a paciente que chega toda esbaforida e a pedir desculpas pelo atraso.
- Não tem importância - responde o médico. - Olhe, eu estava a beber um gin tónico enquanto a esperava. Quer um também para relaxar um pouco?
- Aceito com prazer - responde a paciente, aliviada.
Ele serve-lhe um copo, senta-se na sua frente e começam a conversar sobre banalidades. De repente ouve-se um barulho de uma chave na porta do consultório.O médico tem um sobressalto, levanta-se bruscamente e diz:
- A minha mulher! Rápido, tire a roupa e abra as pernas!


Então, na vida tudo é tão relativo, ou não?



domingo, 3 de maio de 2009

Se... pudesse viver novamente...






Às vezes parece que nos lêem o pensamento, mesmo à distância. Como o post anterior mostra, o meu estado de espírito hoje não era dos melhores. Foi melhorando ao longo do dia. Nada como muito mimo de mãe para me confortar, o sol para me alegrar e um passeio à beira-mar para pensar. Pensar no que é importante. E cheguei a uma conclusão brilhante. O importante sou eu!! Tudo o que nos vai acontecendo serve para nos fazer crescer, e coisas que na altura parecem más acabam por se revelar tão acertadas!

Hoje tinha na minha caixa de e-mail este texto, que um amigo me enviou.

"Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Teria menos pressa e menos medo. Daria valor secundário às coisas secundárias; na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. Seria muito mais alegre do que fui. Só na alegria existe vida. Manteria distâncias enormes das pessoas ciumentas e possessivas. Seria mais espontâneo. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Seria mais ousado: a ousadia move o mundo. Iria a lugares onde nunca fui, comeria mais gelados e menos sopa. Teria menos problemas reais e nenhum imaginário. Eu fui uma dessas pessoas que vivem preocupadamente cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, tentaria ter somente bons momentos. A vida é feita disso: só de momentos, nunca percas 'O agora'. Mesmo porque nada nos garante que estaremos vivos amanhã de manhã. Eu era um desses que não ia a parte alguma sem um termómetro, um saco de água quente, um guarda-chuva ou um para-quedas; se voltasse a viver viajaria mais. Não levaria comigo nada que fosse apenas um fardo. Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no início da Primavera e continuaria assim até ao final do Outono. Jamais experimentaria os sentimentos de culpa e ódio. Teria amado mais a liberdade e teria mais amores do que tive. Viveria cada dia como se fosse um prémio. E como se fosse o último. Daria mais voltas na minha rua; contemplaria mais amanheceres e brincaria muito mais do que brinquei. Teria descoberto mais cedo que só o prazer nos livra da loucura. Tentaria uma coisa nova todos os dias, se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas como sabem, tenho 88 anos e sei que estou morrendo."


Não faço ideia quem o escreveu, mas tenho a certeza de uma coisa: não quero escrever o mesmo quando tiver 80 anos. Quero escrever: se pudesse viver novamente a minha vida, viveria a mesma que vivi. Por isso, tristeza...longe de mim, se faz favor.

Se...






Se...




Tristeza
É ter que rir quando se quer chorar,
É ter de ir quando se quer ficar,
É receber um não quando se espera um sim,
É antes de tudo ter que odiar quando se quer amar.



Então, hoje estou triste...




A vida é tão curta, as coisas tão efémeras, a verdade e a mentira tão parecidas... para quê a tristeza? Pensava que o muro que construí com cada pedrinha do meu caminho era mais forte, mas afinal, está cheio de fissuras e enormes fendas. Certas coisas ainda continuam a atravessá-lo e a conseguir magoar. Como a desilusão.



Mas hoje é dia da mãe... por isso, nada de alimentar a tristeza. Alegria no rosto e mimar quem merece.


sábado, 2 de maio de 2009

Simply The Best...


Ayrton Senna


Dia 1 de Maio...

Lá em casa todos achavam estranho eu sentar-me em frente à televisão a ver corridas de fórmula 1. Via aquilo da primeira à última volta, apenas por um motivo: ver correr o Ayrton Senna. Tinha autêntica paixão por aquele homem. Achava-o lindo. Tinha uns olhos, um olhar lindíssimo, embora eu achasse que muitas vezes tinham uma expressão triste. Adorava vê-lo a 300 Km/h. Ele foi único, uma lenda. De todos os pilotos, nenhum, antes ou depois dele, conseguiu igualar o seu carisma. Nenhum foi tão único como ele. Ele corria com paixão. Dedicação total. Desafiava constantemente o seu limite, era o tudo ou nada. Não era um santinho... fazia ultrapassagens pouco recomendáveis (e lindas), teve desentendimentos com colegas. Mas também foi capaz de parar (GP Bélgica, 1992), para ajudar um colega que tinha tido um acidente. Era humano. Era um vencedor.

Lembro-me perfeitamente do dia 1 de Maio de 1994. O grande prémio de San Marino, Ímola, Itália, última volta da corrida... Foi o fim, ou o princípio, de uma lenda. Numa entrevista uns dias antes ele tinha dito "meu sonho não tem fim e eu tenho muita vida pela frente". Frágil, frágil, a vida humana. Nem era das curvas mais difíceis...
Depois dele, a fórmula 1 deixou de ter piada... Mesmo tendo o Schumacher igualado o seu número de vitórias em corridas demorou muito, muito mais tempo. E não tinha o Ayrton para competir. Falta-lhe aquele toque de genialidade que era inato no Ayrton Senna.


Parafraseando Ayrton Senna: No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita, ou não faz. Não acumule fracassos mas sim experiências. O sucesso está dentro de você. Quando não se está feliz, é preciso ser forte para mudar, resistir à tentação do retorno. O impossível não existe quando se acredita verdadeiramente nos sonhos. Ame! Ame de todas as maneiras. Ame a você mesmo. E finalmente sorria, sorria para a vida.

Um mito, uma lenda, um herói... estou a exagerar... herói?? Para mim um herói não é só alguém que faz uma coisa extraordinária, mas sim alguém que faz as coisas normais de forma extraordinária. Ayrton Senna foi, e será sempre, simply the best!