sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Votar ou não votar


Depois de muito pensar, decidi que Domingo não vou engrossar a percentagem da abstenção, embora a tentação seja grande.

Não vou abster-me, nem vou fazer bocas, narizes, bigodes e corninhos nos boletins de voto. Sempre considerei votar um direito e um dever.

Para dizer a verdade, nenhum dos candidatos me convence muito, mas há uns piores do que os outros. Vou, pelo menos, optar pelo que me parece menos mau.  

Ontem, o tema ao almoço eram as eleições. Não percebo muito de política, confesso. Mas não sei como é possível alguém estar indeciso entre votar bloco de esquerda e CDS?

2 comentários:

CybeRider disse...

Por estranho que pareça essa deve ser uma das maiores indecisões. Todos os democratas hão-de querer ficar do lado da maioria (democracia é isso não é?), e para ficar do lado da maioria, a única forma de o conseguir será votar num partido que não ganhe de certeza (se é que a certeza existe) as eleições.

Recordo que em 2005, o PS ganhou as eleições com maioria absoluta. Teve 29% dos votos dos eleitores inscritos. O que significa que 71% dos eleitores inscritos não mostrou intenção de os ver a governar... Ora, o partido abstencionista, que devia existir, mas que teria decerto fracos resultados porque seria difícil convencê-los a votar, tem mais representatividade na sociedade portuguesa...

Enfim, coisas...

Qualquer um dos "pequenos" será sempre uma boa escolha porque garante que ficamos de fora dos que elegem o governo (o que nunca acontece ao votar nas que se sabem ser as duas forças políticas que reunem mais votos), o que significa que, para além de termos cumprido o nosso dever cívico (que já vai sendo mais moral que outra coisa) ainda por cima poderemos afirmar que nada tivemos a ver com decisões com as quais não concordemos porque não votámos nos que lá estiverem. Esta desresponsabilização continua a ter algum impacto no hemicírculo dado que os pequenos também elegem deputados, e consoante se vote à direita ou à esquerda isso definirá que vozes se ouvirão preponderantemente contra as medidas a aprovar. Mas quando o desespero é grande a importância objectiva passa para segundo plano.

Num país que ainda confunde direita com fascismo e esquerda com apropriação indevida, estes "papões" levam sempre os eleitores para o tal "centrão", as escolhas de qualquer um dos outros não representa riscos para a democracia. Há só um partido manifestamente anti-democrático no cenário político nacional, e não elege deputados, e o único partido anti-republicano também não.

As políticas dos dois grandes são muito semelhantes, independentemente do que eles afirmem. Será num caso ou noutro a inserção na Europa que limitará mais a política interna que as decisões partidárias. Nenhum dos dois tem políticas fracturantes que nos afastem desse contexto. Infelizmente recordo pelo passado que nenhum dos dois mostrou um grau de surdez menor que me leve a escolher um ou outro. Continuo a pensar que democrático será proteger os interesses do país mas também continuar a ouvir o povo fora do período eleitoral. Ambos são absolutamente surdos neste aspecto.

Desta vez fico com a maioria, vou votar o meu voto válido na oposição. Não é útil, mas útil sou eu!

M. disse...

É que são os 2 partidos que mais têm a ver... realmente! LOL