sábado, 18 de setembro de 2010

Erros errados e erros certos...


Tenho lido muito sobre erros, sobre errar, aprender com os erros. Decisões erradas, palavras erradas, atitudes erradas, pensamentos errados, escolhas erradas, fazem parte da vida. Todos os cometemos. Não gostamos de o fazer, muitas vezes demoramos a reconhecê-los, mas muitas vezes é errando que descobrimos as palavras certas, as atitudes certas, as decisões certas. Estes erros, que são erros, não me assustam. Quando alguém erra, quantas vezes não dizemos "ninguém é perfeito"? Inúmeras vezes. Ninguém também nos inclui a nós, por isso, de certo modo, errar não é assim tão mau. 

Mas também há os erros que não são erros, chamemos-lhe erros certos ou não-erros-chamados-erros. Estes são um pouco mais complicados. Nem sempre o que fazemos é um erro, mesmo que não obtenhamos o resultado pretendido. Podemos ter feito o que era certo, correu mal, acabou pior e lá vai direitinho para o ficheiro dos erros, com o carimbo especial do nunca mais. Fazemos isto muitas vezes inconscientemente, outras, com total consciência do que fazemos. Naquele momento parece-nos um grande erro. Sofremos por causa dele, do que fizemos, do que dissemos, do que não fizemos e do que não dissemos.  Então, e porque a auto-protecção é uma característica intrínseca  do ser humano, procuramos não o fazer novamente. É assim que, por vezes, características nossas que não eram assim tão más se esfumam. Quanto maior for a mágoa resultante desse erro, maior a protecção que colocamos em volta desse ficheiro. Depois, corrigimos este não-erro-chamado-erro com um erro  bem maior, esse sim um erro verdadeiro. Se reconhecer um erro é muitas vezes difícil, reconhecer este tipo de erro é maior ainda. Não porque não saibamos que é um erro. Mais do que saber, sentimo-lo.  Reconhecer um erro  verdadeiro muitas vezes dá até uma certa tranquilidade, esclarecemos dúvidas e perguntas que nos inquietam. Reconhecer um não-erro-chamado-erro dá angústia, desalento. Parece que, mesmo tentando fazer o que achamos certo, erramos sempre. Quando nos baseamos em pressupostos errados, por mais certos que nos tenham parecido, dificilmente acertaremos qualquer coisa. É preciso coragem para o fazer. Mas, como dizia alguém, "coragem não é ausência de medo, mas o julgamento que algo é mais importante do que o medo". É quando queremos que o nunca mais termine agora.

24 comentários:

-Joana disse...

Este texto está simplesmente LINDO e tens toda a razão naquilo que dizes sobre os erros e os erros certos.

L'Enfant Terrible disse...

Os erros servem para muitas coisas, a pior de todas é sem dúvida provocar-nos a angústia!

C*inderela disse...

Os erros ora nos ensinam a melhorar como só servem para culpar-nos, mas independentemente do tipo de erro o melhor é saber viver com eles porque ninguém é perfeito e todos nós erramos. Mais vale ver o lado positivo, por muito que custe.

S. disse...

Os erros são uma coisa tão complexa querida, e como sempre consegues dizer exactamente as coisas certas sobre isso.

Beijinhos enormes querida

Camila Mancio. disse...

Belo Texto.
Amei o blog.

É bom visitar paginas novas para mim.
grande beijo e sucesso com o blog.

Bloguótico disse...

Difícil é errar no que já está certo...

Nowe disse...

Bem... De uma coisa tenho a certeza; a nossa amizade não é um erro!!! :)))

Adorei o texto minha Amiga* ;)

P.S. - Amanhã (segunda-feira entenda-se) já vamos estar juntas para matar as saudadessss!

Beijinho grande e aquele abraço MUITO apertado*

Anónimo disse...

Adorei o post. Adorei o blog. Sua escrita é linda, doce, sentida. Vou passar mais vezes.

Poetic Girl disse...

No fundo aprendemos bastante com os nossos erros, quanto mais não seja a não voltar a repetir. beijoca

Anónimo disse...

Passei aqui por acaso e deliciei-me com este maravilhoso texto.
Erro é simplesmente erro. Quem nunca errou que atire a primeira pedra. Certo, certo, é admitirmos que erramos. Afinal, errar é humano...

Anónimo disse...

Concordo com o comentário anterior.
Quem não errou que atire a primeira pedra.
Todos nós já erramos algum dia. Porém, existem erros simples e sem consequência de maior, e erros mais graves e com consequências nefastas.
A meu ver, o maior dos erros são determinadas pessoas que erram, sabem que erraram, continuam a errar e se consideram a bondade em pessoa. Pior ainda, se fazem passar por aquilo que não são e enganam tudo e todos.
Como se costuma dizer, por baixo de uma pele de cordeiro pode estar um terrível lobo. Este tipo de erro, sim, considero muito grave. Erros capazes de destruir os outros.
Infelizmente conheço pessoas assim. Essas pessoas considero um verdadeiro ERRO.

Nirvana disse...

Joana
Obrigada pelas palavras :)
Os erros certos são os quenos fazem pior, na minha opinião.

Nirvana disse...

Terrible
Disse uma vez num comentário no teu blogue que não gosto de errar. Não gosto mesmo nada. E tenho plena consciência que os piores erros que fiz foram erros em que agi contra o que pensava só porque pensava que era um erro fazer o que sentia que devia fazer.

Nirvana disse...

Cinderela
É verdade, todos erramos. Mas acho que desculpamos mais depressa os erros dos outros do que os nossos.

Nirvana disse...

Szinha
Errar obriga-nos muitas vezes a confrontarmo-nos connosco, e isso não é uma tarefa fácil. Nada fácil.

Nirvana disse...

Camila
Obrigada pela visita.
Já espreitei o seu blogue e fui "pega pela moita" :)

Nirvana disse...

Bloguótico
Tal e qual. Podemos perguntar como é possível fazer isso, mas é possível sim.

Nirvana disse...

Invisívelzinha
Também eu tenho essa certeza, minha Amiga, cada vez mais.
Pensavas que te escapavas a ouvir-me cantar?? Nem penses!!
Aquele abraço, Amiga :)

Nirvana disse...

Anónimo
Obrigada pelas palavras! :)

Nirvana disse...

Poetic Girl
Concordo. E, se não for à primeira, é à segunda, terceira, décima...mas um dia aprendemos.

Nirvana disse...

Anónimo
Obrigada pelas palavras :).
Concordo. Errado é não reconhecer os erros, por muito que nos custe. Penso que o erro cada vez custa mais, e errar novamente porque não quisemos reconhecer que é errado, custa ainda mais.

Nirvana disse...

Anónimo
Estamos de acordo, então. Eu também concordo. Mesmo inadvertidamente, todos nós erramos. As consequências desses erros tanto nos podem afectar só a nós como aos outros. Quando envolve os outros a responsabilidade é, a meu ver, maior. Reconhecer o erro é o primeiro passo para o corrigir.
Quanto aos lobos com pele de cordeiro, acho que deixam sempre o rabinho de fora. Podem escondê-lo por um tempo, mas mais cedo ou mais tarde, ele acaba por aparecer.

Anónimo disse...

Querida Nirvana,

Claro que o "rabinho" do lobo, mais cedo ou mais tarde, mostra-se, mas enquanto isso não acontece os prejuízos podem ser imensos.
De pessoas assim eu quero distância. Já sofri as consequências por causa de uma pessoa que se faz passar por um "cordeirinho" (por acaso é uma mulher) e que se revelou uma mente doentia e capaz de fazer muito mal aos outros. Essa pessoa não é feliz, por isso não aceita que os outros o sejam. E então, perante a felicidade dos outros, mostra as suas "garras"...
Tudo o que consigo sentir por essa pessoa é pena porque vive uma vida de mentira. Chega a dar dó.
Enfim... desabafei.
Este blog faz-me bem.
Aquilo que escreve enche-me a alma.
Parabéns pelo blog.

Nirvana disse...

Caro Anónimo

Há pouco tempo escrevi, sobre pessoas assim, estas palavras "Acho que é impossível ser feliz assim. Daí o sentimento de pena. Acho que estas pessoas vivem uma vida de constante frustração. São invejosas, têm inveja da felicidade alheia porque não conseguem ser felizes. As únicas culpadas são elas próprias, mas não conseguem ver isso."
São pessoas capazes de destruir, e essa, para mim, é uma palavra muito forte. Quando nos atinge a nós, ou a alguém que nos é querido, a primeira reacção não é a de pena. É revolta, incredulilade, perplexidade, enfim, muita coisa. Um dia, motivada pelas acções de uma pessoa assim escrevi isto http://nirvana-acupofthoughts.blogspot.com/2009/06/maldosamente-venenosas.html. O tempo passou, o mal que fez foi "digerido", mas teve as suas consequências. Hoje, o sentimento que me desperta é pena, indiferença, mas naquela altura não.

Obrigada pelas suas palavras :)