Tudo na vida é uma aprendizagem, que nunca está completa. Mesmo quando achamos que já aprendemos uma coisa e a temos como certa, como uma verdade, num instante ela fica incerta e a nossa verdade passa a teoria, na melhor das hipóteses, ou, na pior, a uma grande idiotice. Mas, se tudo na vida tem (ou devia ter) um sentido, que seja o de retiramos algum ensinamento da teoria falhada e construir a teoria da não-teoria.
As pessoas falam tanto! Gastam as palavras quando, na verdade, não era necessário. As palavras são algo muito frágil e muito esquisito também. Raramente conseguimos dizer aquelas que realmente devem ser ditas. Ficamos depois a pensar nas que devíamos ter dito, pois talvez fizessem a diferença. Raramente conseguem traduzir tudo o que nos vai na alma. Facilmente conseguem também dizer o que por lá não vai. Podem ser ditos milhares de palavras sem um único sentimento, e como isso nos soa mal! Aí prefiro o silêncio. Se este custa suportar, muito mais custa suportar o vazio por trás de palavras ditas. Honestamente, só quero a verdade. E não conheço outra maneira de a ter a não ser falar com o coração. Não se dizer o que se sente para não magoar o outro, é a melhor forma de o magoar. Prefiro a verdade mais feia à mentira ou omissão mais bonita. Eu sei que o coração é um orgão precioso. Oh se é! Uma autêntica jóia rara. Mas de que vale ter uma jóia rara se a guardo num cofre fechado a sete chaves com medo de a dar a conhecer? Ao fim de algum tempo já nem se sabe onde está a chave!
Falar, não com palavras bonitas e elaboradas, mas com as palavras simples da sinceridade, é a única forma de ter uma relação verdadeira. Principalmente quando o nome dessa relação é Amizade.
3 comentários:
As palavras podem ser carícias! Mas também podem ser facas...
"Entre nós e as palavras há metal fundente entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirardo mais fundo de nós o mais útil segredo entre nós e as palavras há perfis ardentes espaços cheios de gente de costas altas flores venenosas portas por abrir e escadas e ponteiros e crianças sentadas à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos há palavras de vida há palavras de morte há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar há palavras acesas como barcos e há palavras homens, palavras que guardam o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente, as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras noturnas palavras gemidos palavras que nos sobem ilegíveis à boca palavras diamantes palavras nunca escritas palavras impossíveis de escrever por não termos conosco cordas de violinos nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar e os braços dos amantes escrevem muito alto muito além do azul onde oxidados morrem palavras maternais só sombra só soluço só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados e entre nós e as palavras, o nosso dever falar"
Autor: Mário Cesariny
Um beijo
As palavras podem ter um sabor doce e amargo, ácido ou alcalino.
Os verdadeiros amigos usam as palavras, seja qual for o seu sabor. Com um senão, não as usam para nos magoar, mas para nos mostrar que estamos errados. Mas sei que muitas vezes nos magoam. e nem sempre compreendemos.
Os verdadeiros amigos usam de palavras que nós possamos compreender, embora nem sempre essa seja a nossa reacção imediata.
Depois existem aqueles,que não escolhem as palavras.limitam-se a debitá-las não se importando se nos atingem no ombro ou no coração.Só se importam que nos atinjam.Podem ferir-nos mortalmente se formos alvo a abater.
Beijoca!
"Amigo é aquele que chega quando toda a gente já foi".
E traz sempre as duas coisas que mais precisamos;
Ouvidos e as palavras que nos "curam". A maior parte das vezes doem, mas curam.
Comportamento contrário não será de amizade. E penso que todos nós saberemos onde encontrar aquele nosso amigo. Quem não conseguir fazer nem que seja apenas uma amizade, terá de repensar-se... Dificilmente o problema estará só nos outros!
Beijinho, Nirvana.
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