sábado, 18 de julho de 2009

Boca fechada!


Sou uma mãe babada. Não vale a pena negar. Sou mesmo. Fico toda orgulhosa quando dizem que o meu P. (P de prozac :)) é parecido comigo. Porque ele é lindo. Lindo mesmo. Tem uma carinha tão linda, tão linda que apetece ficar ali a olhar para ele. Mas tenho de admitir, pelo menos para mim, que ele não é parecido comigo fisicamente. Acho que são as expressões dele, as expressões faciais, a expressão do olhar, que o tornam parecido. Mas mesmo assim é só baba e mais baba.

Mas ele está a ficar demasiado parecido comigo. Até no que não deve. Além de outros, tenho um grande defeito: o meu cérebro e a minha língua funcionam separadamente muitas vezes. As palavras saem da minha boca sem que eu as mande sair. O som delas aparece antes de eu as pensar. Nestes casos, geralmente saem asneiras, e grandes. A última deste género aconteceu esta semana. Jantar de trabalho, com gente importante (porque as hierarquias são para respeitar), pessoas da minha idade e mais velhas, autênticos dinossauros nestas andanças. Azar, muito azar, tinha de ficar na mesa de uma colega (das importantes) que gosta, e gosta mesmo de exibir os seus bens. Lá arranjou maneira de começar a falar de carros, até nos anunciar que tinha comprado um Porshe. Até aqui tudo bem (eu até gosto de carros, velocidade e tal). Elogiou o seu lindo carrito, do qual gosta tanto que não anda com ele de noite (!). E esta minha boca, que devia ficar calada, tinha de falar antes de eu pensar "Mas porquê? Não tem faróis?" Mal ouvi estas palavras, não sei como, ditas por mim, apeteceu-me comer a minha língua. Até não seria nada demais se o A., que estava ao meu lado, não se tivesse rido como um tolinho e ela não fosse tão snob e nariz empinado. E não fosse hierarquicamente superior a mim.


Ontem tinha um jantar mais ao menos formal em casa de uma amiga, onde estavam amigos meus mas também pessoas que não conhecia. Minha companhia: o meu P. Antes de sair de casa, conversa do costume: portar bem, não mexer em nada, não andar a correr pela casa, enfim, aquelas coisas que convém sempre recordar porque, embora se lembre de coisas de há séculos atrás, às vezes a memória dele esquece-se que existe. Tudo prometido e tudo cumprido, até à hora que nos sentamos para comer. Cheirava deliciosamente!

Chega-me aos ouvidos a voz do meu P:

- Ó A!! (A dona da casa, que felizmente é muito minha amiga) - alto e bom som..
- Diz, meu lindo.
- Como é que uma coisa que cheira tão bem sabe tão mal?

Acho vou arranjar uma fita-cola das fortes, ou então um daqueles alçapões falsos, em que se carrega num botão e se desce para outra dimensão. Para quando estou com ele. E para quando não estou.

Já agora, a comida estava excelente, só não estava ao gosto dele.

6 comentários:

Soraia Silva disse...

nem eu me lembraria de tal pergunta (a dos farois) e eu que às vezes falo mais do que devia :P

mas confesso que a do teu filho me manteve o riso mais prolongado...

Agora pergunto eu:
porque é que um miudo que é assim tao bem comportadinho (ate respeita e tudo :D, nas festas tambem)que se está a ir tao bem, se sai com uma pergunta disparatada?
sabes o que é mais engraçado? é que os miudos sao tao inocentes que sem tomar sentido do que estao a dizer, disparam com as perguntas, frases, que lhes vao à cabeça :P
achei uma piada :))

quanto à baba...
oh mulher, mudas a roupa quantas vezes precisarem, porque essa baba vale mesmo a pena deixa-la cair :))

beijinho Nirvana

CybeRider disse...

Quanto a ti não sei se tens remédio. :P

Mas o teu P. vai mesmo muito bem. Tão pequenino e já sabe dar uma no cravo, e "outra na ferradura"...

(Também não estiveste mal, a tentar compor com a tua última frase - o que me leva a pensar que a anfitriã conhece o blogue, e que provavelmente o melhor seria também eu estar calado, mas inclino-me para a honestidade das crianças...)


(Lindo!!!)

:))))


Bjk!

Nirvana disse...

Soraia
Na verdade, verdadinha, ela até merecia ouvir umas assim para perder um bocado da mania, mas não foi muito bom, não.
Quanto ao P., não é à toa que ele é o meu prozac. Tem umas saídas que nem eu, nos meus melhores (piores) dias me lembraria.
Beijinhos

Nirvana disse...

CybeRider
:))
A ligação cérebro-boca falha! O pior é que não adianta tentar corrigir, porque não resulta. Quando dou conta, já falei.
Já concluí que é um defeito genético qualquer :)

A comida era mesmo boa, a sério (ela não conhece o blog, aliás, não percebe nadinha de computadores), mas tinha um sabor mais exótico (já me esqueci do nome da comida, era frango à qualquer coisa), e o P. é um bocado esquisito com a comida.

Mas que foi "o" momento da noite, foi.
Beijinhos

Gemini disse...

Parece aquela altura em que estamos para levar uma "pica"... Primeiro massajam-nos a área. Depois... Toma lá disto!

Quem sai aos seus, não é Nirvana?

;)))

Um beijinho.

Anónimo disse...

O que me ri com a mãe e com o filho. Essa falta de ligação de que falas chama-se espontaneidade. Não a percas nunca. Faz falta.