sábado, 18 de abril de 2009

Justiça em Portugal

Não me imagino a viver longe do mar. Adoro o mar. Por isso, sempre que posso, ao sábado ou domingo de manhã vou dar uma corrida ou passeio, conforme a disposição, pela beira-mar e depois sento-me numa esplanada a ler um livro, um jornal, qualquer coisa.


Hoje não houve passeio, graças à chuva que teima em não ir embora, por isso, fiquei pelo pequeno-almoço dentro do café, mas com uma enorme janela para o mar. Leitura de hoje: jornal.
Confesso que às vezes só leio as letras gordas, no que diz respeito à política, à crise, à economia, porque se ler o jornal daqui a 3 meses, os títulos não mudarão muito.
Encontrei uma notícia referente ao julgamento de uma ama por maus tratos infligidos a uma criança de 18 meses e fico contente por, afinal, ainda haver alguma justiça em Portugal, embora tardia, uma vez que a referida criança tem hoje 8 anos.

Já era, e agora ainda sou mais, admiradora do juiz Rui Teixeira, aquele que decretou as prisões preventivas no processo Casa Pia e que depois foi afastado, sem se perceber bem porquê. Foi ele o juiz deste caso e condenou a dita ama a nove anos de prisão. Ainda acho pouco, mas pelos vistos, a pena é superior à aplicada em alguns casos de homicídio, motivo pelo qual a defesa vai recorrer. Alguém devia dizer à defesa que há coisas comparáveis a homicídio, e que condenar uma criança saudável a uma vida em que nunca será uma pessoa independente, com problemas a nível cognitivo, motor, psicológico, cegueira, é uma forma de matar, pelo menos matar uma vida que se modificou irremediavelmente. As declarações de Rui Teixeira são incisivas e demonstram o pensar de alguém que tem verdadeira noção do certo e do errado. Venham mais juízes como ele.



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