sábado, 31 de julho de 2010

By The Way LXXXIV - Listen to what I say, nevermind what I did



So listen to what I say, nevermind what I did

Search for nothing at all and you will find all that you need
Love will come your way, faster than a heartbeat
Don't put too much time into it, just follow your feet
You'll find one to keep, just follow your feet.

Sean Riley and The Slowriders - Let them good times roll  
(Sem dúvida, uma das minhas bandas preferidas)


(: (: BOM FIM DE SEMANA :) :)


Mensagens que ficam


Um tema que dominou grande parte das conversas de hoje foi a morte de António Feio. A sua mensagem no trailler do filme Contraluz "Se há coisa que costumo dizer é: Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento, agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer", circulou por mails e redes sociais. De António Feio não posso dizer muito. Como todos, habituei-me a vê-lo na televisão, com o seu ar simpático, o seu jeito simples e as suas conversas da treta. Ri-me com algumas das suas piadas e admirei a forma como enfrentou a doença. Sempre que li ou ouvi entrevistas dele, nunca o vi queixar-se, sempre vi esperança, determinação e vontade de vencer. Mesmo nas últimas entrevistas, era o sorriso que o acompanhava. Esta mensagem que deixa, entre outras, não poderia ser mais verdadeira na sua simplicidade.

Apesar de sermos donos da nossa vida, de termos a liberdade de fazer as nossas escolhas, o primeiro grande momoneto da nossa vida, um dos mais determinantes, uma vez que sem ele não existiríamos, é completamente independente da nossa vontade: o momento em que começamos a existir. Excepto para quem acredita nas teorias da reencarnação, em que a vida não é assim tão aleatória, em que somos nós, cada um de nós, que escolhe o momento em que volta a viver, o quando e onde nascer, o momento em que nos é dada vida não tem qualquer influência nossa. A partir desse momento, sabemos que o caminho não tem volta. Nascemos, vivemos, morremos. Este último momento também não depende da nossa vontade, na grande maioria dos casos. Deste ciclo da vida simplificado, apenas o viver dependerá de nós. 

Um dos momentos mais angustiantes que passei com o meu filho aconteceu há algum tempo, tinha ele 5 anos. Um dia, enquanto eu trabalhava em casa, estava ele a ver desenhos animados no sofá. Lilo e Stich. De repente começa a chorar compulsivamente, chorava e chorava sem parar. Bastante tempo depois, quando o consegui acalmar um pouco, sem perceber nada do que se passava, lá me disse porque chorava "não quero morrer e não quero que tu morras nunca". Só não chorei também porque não podia fazê-lo à sua frente. Tinha de o acalmar. Como se explica a morte a uma criança de 5 anos sem a fazer chorar ainda mais?

Apesar de a frase "era tão novo" fazer sentido, porque aos 20 anos é-se mais novo que aos 40, aos 40 mais novo que aos 60 ou 70 ou 100, parece-me que nunca  será tarde, será sempre cedo. Que a vida é uma passagem, todos sabemos. Que a morte não é um tema agradável, também. O modo como vivemos essa vida, cada um sabe também. Isto é tudo o que temos, estes momentos que passamos aqui, por este mundo.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vamos...


 Vamos...

inventar o dia,
respirar alegria,
semear sorrisos,
alcançar os sonhos,
abraçar os amigos,
agradecer o que temos,
pintar o mundo com as cores que quisermos,
enfeitar o coração, 
escrever poemas de amor,
descobrir as coisas belas da vida,
cantar,
dançar,
saltar,
lembrar como é bom respirar, bem fundo, lá fora, 
agradecer o que temos,
aproveitar o tempo, 
VIVER!


BOM DIA!! :))


terça-feira, 27 de julho de 2010

....


Há alturas na vida, momentos, fases, que são determinantes, que alteram de forma inequívoca o que acontece depois. Seja em termos profissionais, seja em termos pessoais, há momentos que funcionam como um marco entre o antes e o depois.  Esses momentos são, habitualmente, momentos fortes, que nos abalaram, que chocaram com a nossa concepção da vida, do mundo. Nem sempre são momentos maus, por vezes são coisas boas que acontecem. Tenho a impressão que quando são coisas boas não pensamos tanto nelas. Porque o faríamos? Se estamos bem, estamos bem, apenas disfrutamos e não pensamos muito nisso. Quando são coisas más, não. Aí temos de assimilar, gerir, e aprender a seguir em frente. A tristeza, o desgosto, a frustração, o ruir dos sonhos têm um efeito maior, porque implicam geralmente um fim, uma perda, e o luto nunca é fácil. Do esquecer ao estar esquecido vai uma grande distância, geralmente proporcional à importância do que se perdeu.
O antes e o depois nem sempre convivem pacificamente. Muitas vezes mudamos, mesmo sem nos apercebermos. Não falo dos "nunca mais eu vou fazer isto ou aquilo...". Dizemos isto e sentimo-lo até, geralmente na fase de revolta, mas a maior parte das mudanças instalam-se lentamente, vão-se tornando partes de nós. E nem sempre mudamos para melhor. Muitas vezes essas mudanças implicam deixarmos de lado coisas em que acreditávamos, coisas que nos faziam felizes. O depois avança e o antes fica para trás. Somos felizes, à nossa maneira.

Olhando para trás, sei perfeitamente onde está o meu antes e o meu depois. Cresci, mas não me tornei melhor para mim própria,  excluindo constantemente da minha vida qualquer sentimento que hipoteticamente pudesse levar-me de volta ao que era antes. Estava muito confortavelmente instalada no meu depois. Mas a vida surpreende-nos quando menos esperamos, e acontece o que não esperamos, nem queríamos. E, pela primeira vez, não me apetece continuar neste depois que escolhi. Se, quando acontece algo mau pensamos, repensamos e mudamos a nossa percepção do mundo e das pessoas, talvez quando o que acontece não é o que esperavamos, não seja má ideia fazer o mesmo. 

sábado, 24 de julho de 2010

Porque sei que passas aqui de vez em quando...


É fácil pensarmos que sabemos as soluções para os problemas dos outros. Do lado de fora, tudo parece mais fácil, tudo parece lógico e formar uma opinião, dar um conselho, torna-se simples. Por vezes, parece-nos tudo tão fácil que nos apetece quase abanar a pessoa e dizer "como é possível não veres?" Porque há coisas que apenas a pessoa que está a passar por um determinado momento, uma fase, seja o que for, não vê. Não vê porque se encontra embrulhada numa teia que não deixa que os seus olhos vejam o que o seu coração não quer sentir. Pertencentes ao mesmo dono, estes dois orgãos vêem coisas completamente diferentes. É por isso que nós, que estamos de fora, muitas vezes achamos que vemos melhor. Porque vemos com os olhos, e com o coração focado apenas na vontade de ver os nossos amigos bem. Por vezes faço isso, penso em mim como se eu fosse um amigo meu e o que lhe diria naquele momento. Muitas vezes não gosto das respostas. Dar ouvidos ou não a essas respostas será uma decisão a tomar. Mesmo sabendo que são certas , posso teimosamente continuar a enveredar pelo caminho errado. Ou não.  A decisão é minha, as consequências também. 

Por vezes, queremos encontrar nos outros as respostas que apenas nós podemos ter. Procuramos o aconchego das suas palavras, e queremos, queremos tanto que alguém nos diga uma palavra mágica que faça os problemas desaparecerem, levando com eles o peso que sentimos nos ombros e no coração. Mas isso não existe. Por mais amigas que as pessoas sejam, por mais sinceras que sejam as suas palavras, por mais verdadeira que seja a sua amizade, há caminhos que só a própria pessoa pode percorrer. Nem sempre ouvimos o que queremos, mas, principalmente, poucas vezes interiorizamos o que não queremos ouvir. Apenas vemos aquilo que estamos preparados para ver, e muitas vezes essa preparação demora. Ouvimos, sabemos que é certo, mas não sentimos, não queremos sentir, queríamos outra coisa. A não ser que nos liguem à corrente e uma descarga de 1000000 de volts faça uma eliminação selectiva, não vemos, nem conseguimos aceitar o que não sentimos. 

Todo este tempo depois, o que te digo é a mesma coisa. Mas não sou eu que tenho (ou não) de acreditar nisto. És tu.

O amor... Ah! Palavra tão pequena e tão complicada! O amor não se pede, não se mendiga e muito menos se impõe. Existe, ou não existe, e quando existe não é preciso pedir, pois não?  O amor não cobra, o amor dá. O amor não prende, o amor liberta. Liberta para que possas dar o melhor de ti, livremente. O amor não é sempre paixão desenfreada e beijos apaixonados. O amor também é o abraço apertado, a mão no ombro, o estar ali sem ser preciso dizer ou fazer nada, quando a simples presença é tudo. O amor também é paciência. Paciência para quando o outro não está tão bem como devia, para as pequenas falhas, para as pequenas incompreensões. O amor também é preocupação, não só com o próprio umbigo e bem-estar, mas pelo outro. É querer tomar as dores do outro como nossas, ou pelo menos partilhá-las. O amor também é companheirismo, cumplicidade, amizade. É saber ouvir, querer ouvir, e saber falar. O amor não quer uma vida perfeita, o amor quer ser a perfeição quando a imperfeição nos rodeia. O amor é tudo. Como pode o amor fazer-te sentir nada?

É fácil amar quando o caminho que se apresenta pela frente é uma auto-estrada com belas paisagens num dia de sol. Aí, qualquer carro anda. Mas não é aí que se vêem os bons carros. A qualidade de um carro vê-se pela forma como faz as curvas, como enfrenta a chuva e a neve sem derrapar, como ultrapassa os obstáculos mantendo sempre a estabilidade. Não precisa ser um carro último modelo, de pintura imaculada, cheio de extras e acessórios. Precisa ser um carro seguro. Tenho para mim que um belo Ferrari dificilmente se safaria nos Alpes antes de passar o limpa-neves. Sem dúvida, impressionaria alguns aficcionados das máquinas, mas deixaria o seu condutor apeado.

Dizem que é complicado amar. Talvez o complicado seja querer amar, apenas porque se ama aquela pessoa assim, tal como ela é. Mas isto, isto é o que eu penso. Eu, que estou de fora, que apenas vejo com os olhos. O caminho, a vida, é tua. Só tua. E só tu podes decidir que carro queres para percorrer esse caminho. E, sabes, não há mal nenhum em percorrermos parte desse caminho sózinhas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Don't know what to do


Um dia descobrimos que o inesperado acontece, que não conseguimos controlar tudo, que há coisas que acontecem sem querermos.
Um dia descobrimos que o comum não nos atrai, que há pessoas diferentes, especiais, únicas.
Um dia descobrimos que afinal não tinhamos razão, que não adianta não querer, mesmo que o façamos com todas as forças.
Um dia descobrimos que não somos donos do nosso coração, que ele tem vontade própria e gosta de nos pregar partidas.
Um dia descobrimos que há surpresas boas, mesmo boas, sem artimanhas escondidas, que aparecem quando menos esperamos.
Um dia descobrimos que podem existir momentos perfeitos, tão perfeitos que parecem irreais. Descobrimos que não estamos preparados para eles, não os deixamos ser perfeitos porque a nossa capacidade de acreditar diminuiu tanto que quase não existe.
Um dia descobrimos que há coisas que não só não conseguimos evitar como não queremos evitar.
Um dia descobrimos que... não sabemos o que fazer.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Será???


Será que tudo tem de ter um objectivo?
Será que a alegria, mesmo momentânea, não é objectivo suficiente, mesmo não havendo nada palpável?
Será que tem de haver sempre algo a ganhar ou a perder?
Será que tem de haver sempre um porquê?
Será que não é possível fazer algo só porque sim?
Será...?

Será que voltei à idade dos porquês? Ou será que nunca saí dela? Não tarda muito marcam-me uma consulta...

sábado, 17 de julho de 2010

.........


Às vezes apetece mesmo, mesmo... Apetece tirar os travões,  ignorar os sensores, desligar os sinais de alerta, esquecer as dúvidas, as cautelas, as inseguranças, e arriscar. Até agir contra as probabilidades. Aceitar a probabilidade de cair, descarrilar, esfolar os joelhos, cair de cara no chão.

Os travões são o medo e a sensação de conforto da segurança. A segurança, ou a ideia da mesma, é confortável na sua constância. Mas o preço da segurança pode ser a perda da liberdade, de explorar novos territórios desconhecidos, e a própria vida, com as suas infinitas escolhas. Evitar certos riscos, aceitar as coisas como são, conformarmo-nos, não  sonhar sequer. A segurança, de certa forma, seduz-nos também. Ela anda de mão dada com o equilíbrio. Criamos o nosso espaço, içamos as nossas barreiras, construimos o muro que nos resguarda, e sentimo-nos seguros dentro dele. Não há oscilações, não há altos e baixos, não há desilusões.

O medo... Quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar? Quantas vezes perdemos a liberdade e morremos por dentro, apenas por sentirmos medo de abrir a porta dos nossos sonhos? Mas afinal o que é esse medo que tantas vezes nos limita? Existe realmente? Existir, existe. Até tem um nome, por isso existe. Existe dentro de nós. Criado por nós, auto-imposto por nós. E é incrível a capacidade que tantas vezes temos de o alimentar. Se por um lado nos queremos livrar dele, por outro, guardamo-lo, estimamo-lo até e usamo-lo quando nos dá jeito. Usamo-lo como desculpa para justificar o posterior arrependimento. Porque nos arrependemos sempre do que não fazemos. Fica sempre o eterno se a zumbir dentro de nós. Temos medo. Muitas vezes somos nós que criamos os nossos maiores obstáculos, estrategicamente colocados no caminho para justificar a nossa incapacidade de arriscar. Arriscar implica não conhecer todas as variáveis, implica não ser dono de todo o conhecimento, não ser uma relação causa-efeito, mas uma relação com demasiadas variáveis que não controlamos. Pode trazer desilusão, frustração, sofrimento até. O melhor é ficar quietinha no meu canto, na minha segurança. Posso até ficar contente com a minha prudência.  Desculpas que por vezes funcionam, e que, juntamente com o medo e a segurança formam um trio que anda sempre de mão dada.

Mas, por vezes, apetece... Apetece mesmo mandar os travões passearem sozinhos, agir contra as probabilidades, agir a meu favor, querer mais. Acreditar mais. Em mim.

Constatações # 2


A vida é engraçada, mas por vezes tem um sentido de humor muito estranho.

By The Way LXXXIII

Let's Dance??

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Teorias # 6 - Diminuir o número de viaturas circulantes


Ao responsável da DGV

Exmo Senhor

Uma vez que a campanha vamos todos no meu carro da Galp não resultou e os níveis de gases poluentes na atmosfera continua a aumentar, julgo que se impõem medidads drásticas e eficazes para solucionar o problema. Muitas vezes as medidas mais simples são as mais eficazes. Penso que, se juntamente com o exame de código e de condução fizessem um teste psicológico (um a sério, não um pseudo-teste) aos pretendentes a condutores, o número destes diminuíria drasticamente.
Sem outro assunto de momento,
Atenciosamente
Alguém que duvida seriamente da sanidade mental de alguns condutores

domingo, 11 de julho de 2010

Queria...


Queria ser capaz de esquecer, de tentar pôr para trás das costas todas as coisas que me prendem, ignorar os limites que imponho a mim própria todos os dias.
Queria ser capaz de conseguir dar-me um lugar mais prioritário na minha vida. Transformar os pequenos lapsos de tempo em que isso acontece no tempo que medeia esses lapsos, e não o contrário.
Queria acreditar que posso contar apenas por mim própria. Que tudo o resto, tudo que faz parte do meu mundo, e de mim também, é um factor secundário.
Queria acreditar que os preconceitos não são tidos como verdades, que os rótulos não existem. Que é possível ver mais além. 

Queria... Queria mesmo tudo isto. Algumas coisas dependem apenas de mim, mas por vezes as raízes são tão profundas que já nem se trata de fazer um esforço para arrancá-las. Encontram-se tão enraízadas que se fundem com o solo em volta, esse solo que sou eu,  tudo o que sou, tudo que em mim mudou.

sábado, 10 de julho de 2010

By The Way LXXXII - La Valse


Há dias em que agradeço por respirar ser algo que pode ser feito simultaneamente com outras coisas, em que não precisamos dispôr de tempo, ou esta semana teria, seguramente, deixado de respirar. Tento não pensar que as próximas semanas não vão ser muito diferentes...

Felizmente há momentos que fazem esquecer rapidamente o cansaço e nos repõem as baterias. Almoçar numa bela esplanada, tendo como ingrediente principal uma bela conversa com uma Amiga que me faz rir, com quem posso falar tudo que me apetece, que me faz tão bem, é um desses momentos. Obrigada, Maria Invisível! Porque a Amizade é assim, é dar sem cobrar, estar lá mesmo quando não se está, mas querer estar, é ajudar a escrever  o livro da nossa vida, acompanar-nos nesta valsa, tornando-se parte dela, fazer-nos  crescer, lutar, não desistir, gostar de nós próprios, e acima de tudo, fazer-nos viver.

A música é uma constante por aqui. Depois de andar uma semana a ouvir umas "batidas" bem mexidas para não adormecer, hoje, é tempo de relaxar e aproveitar para descansar.



((: BOM FIM DE SEMANA :))

Tenho andado ausente dos meus e dos vossos blogues.  Como dizia o poeta "O que há em mim é sobretudo cansaço...Um supremíssimo cansaço, Íssimno, íssimo, íssimo, Cansaço". Pela primeira vez esta semana vou-me sentar um pouco no sofá e calculo que não demorarei muito a viajar até outra dimensão. Mas isto vai voltar ao normal, em breve... Espero!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Chuva miudinha...



Em qualquer relação há uma dose de encanto. Em qualquer pessoa que  nos seja mais próxima, há algo que nos encanta. Talvez encanto possa parecer uma palavra algo exagerada (a mim não parece), principalmente ao fim de algum tempo. Talvez lhe comecemos a dar outros nomes, talvez nos habituemos tanto a essa(s) característica(s) que nos encantaram que não pensemos nelas sequer.

A mim, há coisas que me encantam nos meus familiares, nos meus amigos. Encanta-me a ingenuidade da minha tia A., encanta-me a determinação da minha Mãe, encanta-me tudo no meu Prozac, encanta-me a maneira se ser linda do J., a postura protectora do R., a sinceridade e a "loucura" da I.,  a alegria da A., e tantas outras coisas. Assim como me encantaram pessoas que deixaram de o fazer. Claro que qualquer relação tem sempre dois lados, não há só um e, tal como aconteceu comigo, também com toda a certeza já sentiram o mesmo em relação a mim.

Nem sempre o desencanto vem de uma vez só. Por vezes, vai-se instalando aos poucos. Mas esse primeiro momento de desencanto é crucial. Como um despertar. Começamos a olhar com outros olhos, e nunca mais nada é como era. É esse o momento que não gosto. Como se algo se quebrasse. Algo que era precioso para nós. Não verga, não dobra, não torce. Quebra-se e não há cola capaz de o emendar. Mesmo que nos esforcemos por tratar essa quebra, a sua marca fica sempre lá. E mesmo vendo a pessoa sem essa cor encantada com que a víamos, quando essa pessoa foi importante para nós, fica um vazio, uma parte da nossa vida que se quebra também. 

Arrisco-me a pensar que prefiro o desencanto que vem de uma vez só, como um banho de água fria em pleno Dezembro, do que a chuva miudinha que acompanha este desencanto que se instala lentamente. Este, deixa um vazio maior, um desalento, uma tristeza misturada com pena,  até com um certo conformismo, à medida que todo o encanto se vai desvanecendo.

PS1 - Maria Invisível, a I és tu! ;)
PS2 - Onde se lê nós, leia-se eu.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Apetecia mesmo, mesmo, mesmo!!


O que me apetecia mesmo, mesmo, mesmo, agora, era qualquer coisa parecida com isto:


Está chuva, quero sol. Está sol, continuo a querer sol, mas isto é um microondas gigante!

domingo, 4 de julho de 2010

Danone, Mimosa, Adágio ou simplesmente Criança? Está difícil!!


Por mais que pense, não me consigo decidir que marca usar. Pensando bem, acho que terei de inventar uma marca nova, e registar a patente. Afigura-se-me complicada esta tarefa, porque terei de incorporar vários prazos de validade... pelos vistos, há um prazo limite para tudo. Que todos nós temos um prazo de validade já eu sabia. Apesar de ter visto os filmes com o Christopher Lambert sobre os Imortais, sei que aquilo é filme e não realidade, logo, um dia, a validade acabará.  Que havia prazos ou sub-prazos para tudo é que eu não sabia, muito menos que esses prazos rondam os 30 anos. Sei que há coisas que, passando determinada idade, não são, de todo, normais, principalmente se feitas com um carácter repetitivo. Brincar aos Pokémons com o meu filho  de vez em quando, porque ele me pede, não é anormal, digo eu, ou andar a jogar futebol no parque. Claro que viver no mundo das crianças não é o mesmo que viver o mundo das crianças, nem ser criança. Mas isso sou eu que digo, e pode muito bem ser uma desculpa que me dá jeito. 

Ouvir dizer "já não tens idade para isso", faz-me um bocadinho de comichão.  Talvez seja o meu medo inconsciente de envelhecer muito (podes ficar descansado, Freud, que não vou psicanalizar!). Por vezes sinto-me como um iogurte fora de prazo. Por mais que tenha procurado, não encontrei tatuados números com datas no meu corpo. Olhando atentamente ao espelho, esperava ver começar a correrem números na testa ou nos olhos, como acontece nos desenhos animados. Mas não vi nada disso. Isto de me compararem a produtos de super-mercado mexe-me um bocado com os nervos! Se me apetece dançar, danço. Se me apetece cantar, canto. Se me apetece fazer uma corrida com o sr Prozac digo "P, vamos ver quem chega primeiro?". Claro que não vou dançar no trabalho ou cantar a altos berros na rua. Apesar de muitas vezes brincar, nem tudo é uma brincadeira para mim. O que é sério, é sério, mas não acho que o facto de a vida ser como é me obrigue a andar sisuda todo o dia,  não acho que ser adulta implique perder toda essa alegria que temos em crianças. Se isto é ser criança, então, prefiro ser assim. Continuar a fazer coisas apenas e só porque me fazem rir. Pelo menos, poupa-me o trabalho de escolher uma só marca de iogurtes... se bem que lembrando-me de alguns anúncios da Adágio, confesso que a tentação de escolher esta marca é grande...


Privar-me das coisas que eu quero, posso e gosto de fazer na vida por  causa da idade, de parecer mal, seria uma forma de me penitenciar por uma coisa que não é um crime, mas um facto natural da vida. 
Ir a correr ao shopping ver se consigo arranjar seriedade suficiente para andar sempre elegantemente de cabeça erguida, sem dar um passo em falso, nem trocar os pés também nãome parece que vá resultar. Ah! E não esquecer também as outras coisas que, com esta idade, também já deveria ter, como relação estável e estabilizada, etc, etc, etc. Lembro que se calhar também já devia ter o meu Audi A5, mas ninguém se chega à frente!!!

Sou criança? Paciência! Vou continuar a querer que a vida tenha alguma cor além do cinzento, que o meu sorriso apareça, que seja verdadeiro e surja por motivos que aparentemente não interessam, mas que são especiais para mim. Vou continuar a ter vontade de dançar, cantar, saltar e correr. Vou continuar a ter vontade de viver como sei viver!

sábado, 3 de julho de 2010

Constatações #1




Se for verdade o que dizem e trabalhar der realmente saúde, não vou ficar doente nos próximos 300 anos! 

(Embora esteja cansada até mais não, sem apetite, com overdoses diárias de cafeína,  olheiras, com um ar de meter medo ao susto, capaz de ofuscar qualquer zombie que se preze. Mas...haja saúde!)