sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Comer, orar e amar


Finalmente, acabei de ler ontem este livro, que comecei no início das férias.  Já o tinha visto várias vezes lá na prateleira, à venda, mas confesso que o título me levou a pensar que se tratava de um daqueles livros que eu não gosto, os ditos de "auto-ajuda", com frases muito bonitas que afinal não são mais do que senso comum, e outras completamente irrealistas. Livros que ao fim de 5 minutos me põem a dormir. Até que uma amiga minha me falou do livro, aconselhando-o vivamente. Talvez pela idade da autora.

Não foi dos livros que li de ponta a ponta sem parar. Tive de fazer uns intervalos. Gostei da forma como está escrito, do humor que aplicou a algumas descrições, da forma como certos conceitos, tão simples, são desmistificados, mas soube-me a pouco.

Resumindo, Elizabeth Gilbert é uma escritora nova-iorquina que, apesar de ser uma mulher realizada profissionalmente, casada e aparentemente feliz, aos 34 anos, se sente frustrada e a viver uma vida que não quer, com a qual não se identifica. Depois de um divórcio infernal e de uma história de amor fulminante acabada em desgraça, Elizabeth tomou uma decisão: decide vender tudo, abdicar de tudo, despedir-se do emprego e passar um ano a viajar sozinha, numa jornada de auto descoberta... Itália, Índia e Indonésia foram os três destinos do percurso.

Itália - Comer - Em Itália, aprendeu a arte do prazer, de fazer algo pelo simples prazer de o querer fazer. A cidade de Roma serviu de cenário a esta etapa. Aprendeu a falar italiano, apenas por adorar o som daquela língua. Apreendeu o prazer de comer e beber, fazer amigos e conviver. Engordou 23 kg, mas uns 23 kg muito felizes.

Índia - Orar - Aqui a oração num ashram elevou Elizabeth ao contacto com a espiritualidade ascética. Praticou a arte da devoção, da reflexão, da exploração espiritual, da meditação como caminho para a procura interior, a procura da paz interior. durante quatro meses.

Indonésia - Amar - A jornada termina em Bali, onde se tornou "aluna" de um velho curandeiro. Aqui aprendeu a equilibrar o prazer sensual e a amar, da melhor maneira possível, de forma inesperada.

O livro é um receituário de experiências sensoriais e emocionais, tentando levar-nos a revermo-nos na expêriencia vivenciada pela escritora e tirarmos as nossas próprias conclusões:

- Concordo com a autora quando diz que a aventura mais assombrosa, a viagem que exige mais coragem é aquela que nos leva a olhar-nos a nós próprios, o nosso interior.

- Pena que nem todos possamos deixar tudo e tirar um ano para fazer uma volta ao mundo a caminho da descoberta pessoal.

- Eu, no lugar dela, tinha feito as três coisas em Itália - comer, orar e amar!

1 comentário:

Soraia Silva disse...

acho que muitos deviam reagir assim...
quantos vivem uma vida que nao querem viver? quantos sao aqueles que aparentemente sao felizes e na verdade sao os maiores infelizes?
quantos passam por um divorcio infernal? quantos metem um ponto final a um suposto verdadeiro amor??

mas ao contrario da Elizabeth (apesar de ser uma historia), muitos deixam-se ficar pelo sofrimento, pelos "porquê", pelos "SE..." sem deixarem a vida andar para a frente...
SE todos tomassem uma atitude dessas (esquecer o passado e seguir em frente para novas descobertas (e nao falo de viagens)) seriam mais felizes! e todo o sofrimento por que passaram, será apenas uma recordaçao no meio de muitas....

beijinho